4 de out. de 2012

The Fool: ícones da arte psicodélica

Coletivo artístico holandês e o design lisérgico dos anos 1960
The Incredible String Band: The 5000 Spirits or The Layers Of The Onion - 1967
capa feita pelo The Fool

No início, a dupla de artistas e mochileiros Simon Posthuma e Marijke Koger estabeleceram seu trabalho nas cidades de Madrid e Ibiza, na Espanha. 

Marijke Koger e Simon Posthuma

Segundo fontes, em 1966 o fotógrafo Karl Ferris, famoso por ter registrado Jimi Hendrix, Cream, Donovan e outros, descobriu a dupla em meio a uma comunidade hippie em Ibiza.

Capa do álbum Evolution (1967) da banda The Hollies

Surgiu então o convite para trabalharem em Londres e assim, migraram da paradisíaca cidade espanhola com o objetivo de introduzir cores vibrantes no cinzento mundo urbano. 

Roupas para os Beatles

Quando já estavam atuando na capital inglesa, acabaram chamando a atenção de John Lennon e Paul McCartney, pois haviam desenhado roupas e capas de disco para bandas como The HolliesCream.

Roupas para o Cream

Uma instalação que montaram em sua casa - e também atelier -, chamada de Wonderwall, despertou o interesse de John e Paul durante a visita que fizeram à Simon e Marijke. 

Um tempo depois, tal obra inspiraria o filme Wonderwall (1968) do diretor Joe Massot, que teria o cenário também produzido pelo The Fool.

Guitarra para Eric Clapton

Marijke Koger era uma leitora de tarô, o que pode explicar a escolha do nome para o coletivo. The Fool (que em português significa O Louco) é a carta de número zero do baralho mântico. 

Carta O Louco no Rider-Waite tarot deck 

A carta simboliza o estágio inicial da vida, onde há uma sensação de completude ingênua e por isso corajosa, que segue seu caminho sem desconfiança ou temendo consequências. Tudo a ver com o espírito da contracultura.


Um dia Marijke Koger tirou as cartas para Paul Mccartney, e pode ser que isto tenha influenciado a canção Fool on the Hill.


Roupas para o Procol Harum

A primeira capa para Sgt. pepper's Lonely Hearts Club Band (1967) foi projetada pelo The Fool, que então já contava com outros artistas (Jsje Leger e Barry Finch) e agora eram propriamente um coletivo.


Capa para o The Move - 1967

A capa, na verdade uma pintura, teria uma paisagem psicodélico-surrealista e alguns espaços em branco, que seriam posteriormente preenchidos com a caricatura dos fab-four

Pintura rejeitada para a capa de Sgt. Pepper's

No entanto, por razões de desagrado ao produtores da EMI, a capa foi vetada. O projeto da capa foi passado então para o artista pop inglês Peter Blake.

Sgt. Pepper's - design interno

Porém, o design interno continuou à encargo do The Fool, que criou uma padronagem ondulada e monocromática, complementando o encarte lúdico-interativo de Peter Blake.

O encarte de Peter Blake

A fachada da apple boutique (a loja-conceito dos Beatles que funcionou entre 1967 e 1968), também idealizada pelo coletivo, é uma obra que se configurou numa gigantesca pintura mural multicolorida, cujo efeito foi ainda mais ressaltado devido ao entorno de cores neutras. 


Este é um tipo de trabalho mural que antecede o graffiti como fine-art. Pena que tenha sido apagado tempo depois, por causar tumulto no trânsito devido ao seu impacto visual.





Além de produzir vários artigos de design como roupas, capas de disco, decoração de objetos e cenários, também lançaram o próprio disco homônimo The Fool, em 1968.

The Fool - 1968

Recentemente, Simon Posthuma lançou sua autobiografia:  A Fool such as I
Web Analytics