3 de nov. de 2012

David Axelrod


Songs of Innocence - 1968

Nascido em Los Angeles na década de 1930, David Axelrod se tornou um grande produtor musical e um dos mais criativos compositores de sua época.


David Axelrod em Songs of Innocence - capa alternativa

Suas primeiras produções foram discos de músicos de jazz, dentre os quais Why Am I Treated So Bad? (1967), de The Cannonball Adderley Quintet, e também Live At the Club (1966) que contém o clássico Mercy, Mercy, Mercy.


Live at the Club - 1966

David Axelrod também se debruçou sobre o rock psicodélico, produzindo os dois últimos álbuns da banda garage Electric Prunes: Mass in F Minor (1968) e Release of an Oath (1968).


Release of an Oath - 1968


Produziu ainda outros discos para grupos pouco
conhecidos, tais como: Hardwater - Hardwater (1968) e The Common PeopleOf the People/By The People/For The people From (1969).



Hardwater - 1969

Seguindo as explorações que havia iniciado em seu trabalho com os Prunes, especialmente no ultimo disco Release of an Oath, Axelrod compõe, produz e lança seus dois álbuns autorais mais aclamados: Songs of Innocence (1968) e Songs of Experience (1969).


Of the People/By The People/For The people From - 1969

Passeando pelo jazz, psicodelia, música instrumental e demais rótulos cabíveis, o resultado é uma produção altamente viajada, espiritualizada e difícil de nomear.


Songs of Experience - 1969

Ambos os álbuns foram inspirados nos poemas e pinturas simbolistas/visionárias de Willian Blake (1757-1827). 

Também foram comparados à Bitches Brew (1970) de Miles Davis, pela crítica da época, que na verdade não os tinha em tão alta conta. Posteriormente, estes álbuns foram aclamados como obras-primas.


Earth Rot - 1970

Em 1970, David Axelrod lança mais um disco pioneiro chamado Earth Rot, que tem como tema central questões ambientais.

Heavy Axe - 1974

Segundo a Wikipedia, Earth Rot (terra podre) se encaixa nos gêneros pop barroco, jazz, rock e soul jazz. Algumas letras são inspiradas no livro bíblico de Isaías e em lendas do povo indígena Navajo.


Seriously Deep - 1975

Axelrod, com 81 anos, ainda está vivo e atuante. Durante os anos 1990 e 2000 teve sua extensa obra redescoberta por artistas do Rap e R&B, como Lauryn Hill e do BritPop, como o ex-vocalista do The Verve, Richard Ashcroft.


Strange Ladies - 1977


Fontes

1 de nov. de 2012

The Chocolate Watch Band


Grupo formado na Califórnia nos idos de 1965. Entre idas e vindas de músicos, em 1966 tínhamos a banda que gravou diversas demos e seu primeiro LP, No Way Out, em 1967.


No Way Out - 1967

Influência para a New Wave e o Punk Rock nos anos 1980, a banda integrou o período histórico chamado pré-punk, que conta com quase todos os conjuntos de garage sessentistas e também com os grupos da invasão britânica  como o The Who, os Pretty Things e o Them.



Em contraposição ao garage rock nova iorquino, que podemos notar em bandas como The Druids of Stonehenge, The Fugs e outras, o garage californiano conta com a presença frequente de instrumentos não usuais e sonoridades mais soltas.


The Inner Mystique - 1968

E é esse tipo de som que encontramos no trabalho dos Chocolate Watch Band, especialmente em seus dois últimos Lps: The Inner Mystique (1968) e One Step Beyond (1969).



Durante o segundo e o terceiro disco passaram ainda por mais trocas de integrantes e divergências sobre o quão psicodélicos deveriam ser.



É possível conferir a performance raivosa da primeira formação no filme Riot in the Sunset Strip (1967).


Fontes

Fields

Colagens sonoras nos campos nostálgicos
Fields - 1969

1969 parece ter sido o ano das pérolas únicas do Heavy Psych. A banda Fields é mais um exemplar daquela safra, com seu único e ótimo disco de mesmo nome.


capa interna

O que encontramos em Fields é uma mistura de tendências do fim da década (entre 1967 e 1969), que inclui o soul, o power pop, acid rock e o heavy blues-heavy psych, que por ser proeminente, é o rótulo que prevalece neste trabalho do trio californiano.


Contracapa

O disco conta ainda com a participação de Brenda Halloway, cantora da Motown e também do grupo feminino The Raelettes, responsável pelos backing vocals nas gravações de Ray Charles.




Fontes

Valhalla


Valhalla - 1969

Mais uma banda de um disco só que se tornou raridade e desperta a curiosidade dos aficionados pelo rock de fins dos anos 1960. 



Valhalla (1969), disco homônimo do grupo de Long Island, terra natal de H.P. Lovecraft, é mais uma peça da onda heavy blues - heavy psicodélica, que teve como expoentes o Deep Purple, o Cream, o Vanilla Fudge e o Iron Butterfly, entre outros. 



Desde a sonoridade até a iconografia calcada na mitologia nórdica, podem ser considerados influência e um prenúncio do Heavy Metal setentista e posterior, vide o Viking Metal.




Fontes

15 de out. de 2012

White Noise

Ruído Branco: reunindo todas as frequências até o torpor da percepção
An Electric Storm - 1969

Grupo inglês formado pelo baixista clássico norte-americano David Vorhaus e a dupla britânica Delia Derbyshire - Brian Hodgson, pioneiros das experimentações eletrônicas no Reino Unido (além de Joe Meek).


David Vorhaus

Delia e Brian, em conjunto com Peter Zinovieff (o inventor do sintetizador VCS3) eram integrantes de um outro trio: Unit Delta Plus


Delia Derbyshire

Esse trio vanguardista participou do que pode ter sido a primeira Rave de todas: um festival inglês que integrou música eletrônica e artes visuais através dos Light Shows e experimentos sonoros diversos.


Delia Derbyshire

Este festival se chamou Million Volt Light and Sound Rave, idealizado pelo coletivo de designers BEV (Binder, Edwards & Vaughan). 


Brian Hodgson

Além da presença do Unit Delta Plus e seus trabalhos pautados pelo conceito de música randômica ou aleatória (vide John Cage e Pierre Boulez), o festival contou ainda com a mítica canção inédita dos Beatles chamada Carnival of Lights, jamais lançada e composta exclusivamente para o festival.


cartaz do Million Volt Light and Sound Rave

O álbum do White Noise de 1969, An Electric Storm, é lembrado por ter sido produzido pouco antes do surgimento do sintetizador Minimoog, que revolucionou as apresentações ao vivo e simplificou o processo de criação. 


An Electric Storm - 1973 (Versão norte-americana)

An Electric Storm é portanto, um disco de música eletrônica ainda "feito-à-mão" através de um aventuroso processo.


White Noise 2: Concerto for Synthesizer - 1974

Exploração de diversos efeitos em composições ora pop, ora experimentais, são a tônica do disco. Uma vibe psicodélica à la Syd Barret perpassa algumas faixas. 


White Noise 3: Re-Entry - 1980

A sonoridade espacial está afinada com outros experimentos da época como os Silver Apples, Fifty Foot Hose, Morgen e muito mais.


White Noise 4 : Inferno - 1990

Delia Derbyshire e Brian Hodgson saíram do White Noise na déc. de 1970 e outros álbuns posteriores à An Electric Storm (White Noise I, II, III, IV e V) foram produzidos e lançados por David Vorhaus.


White Noise 5: Sound Mind - 2000

Já em An Electric Storm, David Vorhaus vinha desenvolvendo composições que culminariam no estilo chamado Dark Ambient: um experimento de efeitos soturnos e melancólicos.




Fontes


4 de out. de 2012

The Fool: Coletivo artístico holandês

Coletivo artístico holandês e o design lisérgico dos anos 1960
The Incredible String Band: The 5000 Spirits or The Layers Of The Onion - 1967
capa feita pelo The Fool

No início, a dupla de artistas e mochileiros Simon Posthuma e Marijke Koger estabeleceram seu trabalho nas cidades de Madrid e Ibiza, na Espanha. 

Marijke Koger e Simon Posthuma

Segundo fontes, em 1966 o fotógrafo Karl Ferris, famoso por ter registrado Jimi Hendrix, Cream, Donovan e outros, descobriu a dupla em meio a uma comunidade hippie em Ibiza.

Capa do álbum Evolution (1967) da banda The Hollies

Surgiu então o convite para trabalharem em Londres e assim, migraram da paradisíaca cidade espanhola com o objetivo de introduzir cores vibrantes no cinzento mundo urbano. 

Roupas para os Beatles

Quando já estavam atuando na capital inglesa, acabaram chamando a atenção de John Lennon e Paul McCartney, pois haviam desenhado roupas e capas de disco para bandas como The HolliesCream.

Roupas para o Cream

Uma instalação que montaram em sua casa - e também atelier -, chamada de Wonderwall, despertou o interesse de John e Paul durante a visita que fizeram à Simon e Marijke. 

Um tempo depois, tal obra inspiraria o filme Wonderwall (1968) do diretor Joe Massot, que teria o cenário também produzido pelo The Fool.

Guitarra para Eric Clapton

Marijke Koger era uma leitora de tarô, o que pode explicar a escolha do nome para o coletivo. The Fool (que em português significa O Louco) é a carta de número zero do baralho mântico. 

Carta O Louco no Rider-Waite tarot deck 

A carta simboliza o estágio inicial da vida, onde há uma sensação de completude ingênua e por isso corajosa, que segue seu caminho sem desconfiança ou temendo consequências. Tudo a ver com o espírito da contracultura.


Um dia Marijke Koger tirou as cartas para Paul Mccartney, e pode ser que isto tenha influenciado a canção Fool on the Hill.


Roupas para o Procol Harum

A primeira capa para Sgt. pepper's Lonely Hearts Club Band (1967) foi projetada pelo The Fool, que então já contava com outros artistas (Jsje Leger e Barry Finch) e agora eram propriamente um coletivo.


Capa para o The Move - 1967

A capa, na verdade uma pintura, teria uma paisagem psicodélico-surrealista e alguns espaços em branco, que seriam posteriormente preenchidos com a caricatura dos fab-four

Pintura rejeitada para a capa de Sgt. Pepper's

No entanto, por razões de desagrado ao produtores da EMI, a capa foi vetada. O projeto da capa foi passado então para o artista pop inglês Peter Blake.

Sgt. Pepper's - design interno

Porém, o design interno continuou à encargo do The Fool, que criou uma padronagem ondulada e monocromática, complementando o encarte lúdico-interativo de Peter Blake.

O encarte de Peter Blake

A fachada da apple boutique (a loja-conceito dos Beatles que funcionou entre 1967 e 1968), também idealizada pelo coletivo, é uma obra que se configurou numa gigantesca pintura mural multicolorida, cujo efeito foi ainda mais ressaltado devido ao entorno de cores neutras. 


Este é um tipo de trabalho mural que antecede o graffiti como fine-art. Pena que tenha sido apagado tempo depois, por causar tumulto no trânsito devido ao seu impacto visual.





Além de produzir vários artigos de design como roupas, capas de disco, decoração de objetos e cenários, também lançaram o próprio disco homônimo The Fool, em 1968.

The Fool - 1968

Recentemente, Simon Posthuma lançou sua autobiografia:  A Fool such as I

George Harrison - Wonderwall Music


A parede maravilhosa e a revelação do jardim das delícias

Wonderwall Music - 1968

A trilha sonora do filme Wonderwall é um disco homônimo, gravado na Índia e na Inglaterra, que se tornou o primeiro álbum solo de George Harrison

Com forte presença da música indiana, o disco foi produzido visando o despertar do interesse ocidental pela cultura hindu.


A produção do álbum contou com músicos como Eric Clapton, o também Beatle Ringo Starr e Peter Tork dos Monkees

Fontes afirmam que George Harrison não tocou em nenhuma faixa, apenas idealizou, produziu e montou os arranjos.


A capa ficou por conta do designer e artista visual norte-americano Bob Gill, em parceria com John Kelly e Alan Aldrige, este último é um importante criador visual da psicodelia britânica e autor de uma capa para o The Who: A Quick One While He's Away (1967).

cena do filme

Além da música indiana, encontramos no disco a presença do rock, do folk, da música popular vaudeville e até mesmo da eletrônica, configurando uma colagem musical, construção sonora em voga no final da década de 1960. 



Cartaz de época do filme Wonderwall

Wonderwall (1968) é um filme de estética surrealista sobre as fantasias do doutor Oscar Collins em relação à sua vizinha, Penny Lane (interpretada por Jane Birkin). Através de pequenos buracos na parede, o dr. Collins satisfaz seu voyerismo.
Web Analytics