28 de jul. de 2011

December's Children

Do soul ao hard rock
December's Children - 1970

Banda de Cleveland, Ohio. No início tocavam soul ao estilo Motown e também Rockabilly, entre 1965 e 1968. 


O grupo original contava com duas vocalistas, uma delas se casou e a formação de 1969 contava apenas com a outra: Alice Popovic. Neste ano deram uma guinada no visual e nas músicas partindo para o hard rock.


A banda nos primeiros anos

Foram considerados uma banda de rock psicodélico, porém, segundo os integrantes, não estavam preocupados com esse tipo de som. 

Em sua própria definição o que faziam era rock and roll, influenciado por Allman Brothers, King Crimson, Neil Young, etc.

O nome da banda veio da data de sua estréia, o mês de Dezembro de 1965.


A banda na época de December's Children (1970)


O som lembra muito um Heavy Psych e herda bastante do soul que faziam anteriormente. Algumas vezes chega a soar clichê, mas as músicas compõem um álbum muito bom. 

Os vocais são alternados entre Alice Popovic e o guitarrista Craig Balzer, falecido este ano.

December's Children foi lançado em 1970. A banda acabou no ano seguinte. 



Fontes

25 de jul. de 2011

Blossom Toes




Em apenas dois discos, marcadamente diferentes entre si, esta banda inglesa reflete os rumos do rock psicodélico no período sessentista.


Em seu primeiro disco We are ever so clean, de 1967, expõem um pop psicodélico com boa dose de experimentalismo.


Ecos, sinos, coro de vozes, distorções da guitarra, sobreposições sonoras, altos e baixos e mesclas do estilo vaudeville compõem o disco. Excêntricos, também flertam com o pop barroco, que permeou a psicodelia inglesa.


O segundo disco It's only for a moment, de 1969, mostra um som mais pesado, na direção do Heavy Psych e da cena californiana, onde temos Frank Zappa e Captain Beefheart. É também considerado um trabalho que se aproxima do rock progressivo.


Entre as curiosidades que podemos citar está que apareceram em filmes, incluindo o longa La Collectionneuse (1967), do diretor francês Eric Rohmer. São também uma das influências do cantor brasileiro Ronnie Von


Foram ainda empresariados por Giorgio Gomelski, o mesmo dos Yardbirds, também idealizador do selo Marmalade, uma gravadora independente no cenário musical da swinging London.




Fontes



13 de jul. de 2011

The Pretty Things

Os Rolling Stones do underground: 
Blues e filmes B 
The Pretty Things

Inglaterra, 1963. Dick Taylor, guitarrista e um dos membros formadores do Pretty Things foi também um dos membros formadores dos Rolling Stones, junto com Brian Jones. 

Também era amigo de Mick Jagger e Keith Richards. Ficou pouco tempo nos Stones e em 1963 formou sua própria banda.




Como não poderia deixar de ser, o som dos Pretty Things carrega as mesmas influências que o som dos Rolling Stones

Foram, no início, bem comparados à seus "irmãos de sangue". Porém, os Pretty Things capricham no peso sonoro, bem mais que os Rolling Stones.

The Pretty Things na fase psicodélica

As influências são: Bo Diddley, Jimmy Reed, Chuck Berry, Willie Dixon, Muddy Waters, Little Richard e por aí vai. 



Mas, se os Stones deram destaque à Muddy Waters e Chuck Berry, os Pretty Things mostram-se muito mais devedores de Bo Diddley. Imaginem um Bo Diddley bem raivoso.



Fizeram muito sucesso na Inglaterra e em outras localidades da Europa, porém foram uma banda underground nos EUA (e muito mais udigrudi no Brasil). Para uma postagem no Dia do Rock, não haveria opção melhor.


Em 1967 embarcaram na onda psicodélica com o disco Emotion. Porém, a carreira psicodélica underground dos Pretty Things se desenvolveu bem mais sob um pseudônimo criado pela banda: The Electric Banana.

Emotions - 1967


Sob este pseudônimo, gravaram 6 discos. Todos esses trabalhos foram para compor faixas presentes em filmes B, do fim da década de 1960. 


The Electric Banana Blows Your Mind - 1967/1969

A sonoridade dessa época (tanto como The Pretty Things ou The Electric Banana) era bem próxima do Heavy Psych, com mesclas de muito blues e pop psicodélico e por vezes um folk.


Fizeram, segundo a wikipédia, a primeira Ópera-rock de que se tem notícia. O disco se chamou S. F. Sorrow (1968), e conta a história de um rapaz chamado Sebastian F. Sorrow, que não tem uma vida muito feliz. É, praticamente, um pré-Tommy do The Who.

S. F. Sorrow - 1968


Para finalizar, uma música literalmente ácida e rebelde, bem ao estilo Pretty Things/Rolling Stones, para comemorar este Dia do Rock,gênero musical rebelde por excelência. Com vocês LSD, por The Pretty Things \m/

LSD



Fontes:

11 de jul. de 2011

Mass in F minor: Missa em Fá menor - por David Axelrod e The Electric Prunes

Missa pop psicodélica cristã: colagem musical entre o profano e o sagrado
Mass in F minor - 1968

Missa em Fá menor: trata-se do terceiro álbum do grupo Electric Prunes, que já figurou em uma das postagens do blog. Mas este disco merece uma em especial. 

The Electric Prunes

Lançado em 1968, as músicas do álbum foram inspiradas na missa cristã em latim, misturando canto gregoriano com rock psicodélico (o que combinou muito bem!).

Despertai!

Produzido e composto por David Axelrod (que pouco depois passou a desenvolver um trabalho próprio como músico de jazz, progressivo e eletrônica), este é o disco mais ousado gravado pela Electric Prunes, uma simples banda de rock psicodélico de garagem.


Os Prunes eram uma excelente banda para seu contexto, mas não chegavam a ser experimentais. 

Por alguma razão (talvez mesmo a simplicidade do som psicodélico-primata que faziam), David Axelrod os convidou para darem forma sonora à sua ideia original de gravar uma missa pop-psicodélica-cristã

O fato é que a banda não conseguiu gravar todo o disco, com exceção dos vocais.


Então, foi contratada uma banda canadense para terminar o trabalho: The Collectors. Porém, de um disco de 6 músicas, 3 foram inteiramente gravadas pelos Prunes, sem falar que nas outras três também houve contribuição da banda, o que é suficiente para afirmar o disco como sendo deles. 



Dentre estas três faixas totalmente gravadas pelos Prunes está Kyrie Eleison, que entrou para a trilha sonora de Easy Rider.


A ideia de missa pop psicodélica surgiu de uma percepção sincrética, vislumbrada por Axelrod, de influências do ambiente consideradas sagradas ou profanas, que ocorrem durante o cotidiano. 


Um mesmo cristão ouve os sons da rua e o silêncio contemplador de uma antiga catedral medieval, enquanto se dá conta disso, dentro da catedral, observando o exterior. Esse evento está retratado no texto de apresentação contido no encarte do disco.

As faixas do disco, acompanhadas da devida oração,
segundo a ordem da missa em latim

Obra-prima sem igual e também um disco que circulou mais pelo underground do que pelo mainstream. Uma bela visão psicodélica sobre a religiosidade cristã. Brisa pura!


The Electric Punes.
Em memória ao baixista Mark Tulin, que morreu em fevereiro de 2011.


Fontes

6 de jul. de 2011

Children of the Mushroom

Inocência e Acid Rock

Banda formada em 1967 em Thousand Oaks, Califórnia, uma bela cidade montanhosa e litorânea. 

Os integrantes surpreenderam enormemente por se tratar de adolescentes na casa dos 14, 15, 16 anos, que começaram cedo no rock, já em 1965, quando eram The Captives.


The Captives


Ao que parece The Captives era influenciado por Beatles e o garage rock que tocava no Sul dos EUA.


The Captives ao vivo

Parcialmente influenciados pela onda psicodélica, mudaram o nome para Children of the Mushroom, que a princípio não tinha qualquer conotação alucinógena para seus jovens integrantes.


Children of the Mushroom (filhos do cogumelo)

A inspiração veio da bomba nuclear, marco da segunda guerra mundial, que também teve impacto no pensamento da geração dos anos 60. Eram primeiramente os Filhos do Cogumelo Nuclear.




Os integrantes só se deram conta do impacto do nome um tempo depois. Mas, é claro, a onda psicodélica havia influenciado seus subconscientes juvenis após verem um show do Iron Butterfly.

Foi então que decidiram mudar de nome e fazer um som similar ao do Iron Butterfly. Outra influência citada por eles é o The Doors.






Estas influências compeliram os garotos a criarem duas das canções mais psicodélicas de todos os tempos: You can't erase a mirror e August Mademoiselle.

Compacto lançado em 1967

Bob Holland (que tocava o orgão Hammond) era um garoto de 14 anos considerado um gênio por seus colegas. Possuía incrível memória auditiva (ouvido absoluto), e havia memorizado praticamente todas as músicas que ouvira durante o show do Iron Butterfly.


Bob Holland


De Children of the Mushroom passaram para The Mushroom em 1968 e, depois, após mudarem o som para algo que eles definiram como mais próximo do Jethro Tull, batizaram a banda de Lady.


cartaz de um show como The Mushroom


Devido à idade dos membros, o conjunto não alcançou maior fama. Porém, é com certeza um trabalho memorável. Ainda mais por ter sido feito com entusiasmo, inocência e despretensão juvenil, o que ajudou a transmitir o mais puro sentimento psicodélico do Acid rock.



Fontes

Blog do Children of The Mushroom, feito pelo baterista Dennis Swanson, fonte principal das imagens

Entrevista com os integrantes, feita pelo site Beyond the Beat Generation

Outros sites

2 de jul. de 2011

The Charlatans: Pioneiros de São Francisco

 viagens lisérgicas e teatro underground
The Charlatans no Golden Gate Park, em São Francisco - 1966


Esta é uma das primeiras bandas de rock psicodélico, que a exemplo dos Byrds, não passou pelo garage rock.  Foram Pioneiros em vários aspectos do gênero: na música, na visualidade, na moda e na atitude.

The Charlatans

Grupo formado em 1964/65, tiveram sua estréia num verdadeiro salão de velho oeste: o Red Dog Saloon, casarão do século XIX, localizado em Virginia City, Nevada. Esta cidade é próxima de São Francisco, na Califórnia.


Red Dog Saloon em 2005


Foram contratados pelo dono do Saloon na época, enquanto ele dirigia por São Francisco e avistava dois cabeludos na calçada. Perguntou-lhes se eram os Byrds e estes responderam-lhe que eram os Charlatans.



Além dos shows efervescentes no Red Dog Saloon, um dos membros, George Hunter, era dono de uma boutique, que vendia roupas "só para malucos". As peças eram inspiradas na época vitoriana, nos cowboys e outras antiguidades.


The Amazing Charlatans, coletânea - 2004


Os músicos se vestiam de acordo com a boutique de Hunter, dando início à uma imagem dândi que permeou vastamente a visualidade dos grupos de rock, principalmente na Inglaterra.


George Hunter

Foram responsáveis por um dos primeiros cartazes psicodélicos da história, que ficou conhecido com " a semente" (the seed) e foi desenhado pelos próprios membros da banda (provavelmente Hunter).


O poster semente


No cartaz vemos embriões das famosas letras distorcidas, as imagens são postas de forma 
caleidoscópica, sem uma organização linear.



Os Charlatans ficaram em atividade até 1969, quando finalmente saiu seu primeiro LP. Nos anos 90 saiu uma coletânea chamada The Amazing Charlatan's, reunindo todas as músicas perdidas por aí.


The Charlatans - 1969


Embora pioneiros, não alcançaram grande exposição, mas participaram muito da cena. Uma de suas aparições foi no teatro Underground Straight Theatre, em São Francisco. 


Straight Theatre no Haight Ashbury

Participaram de um show-teatro-performance promovido por Kenneth Anger.


"Amor é a lei, amor sob vontade" - cartaz para o Equinócio dos Deuses,
com participação dos Amazing Charlatans


O nome da peça era "O Equinócio dos Deuses", adaptação de Anger para o livro de Aleister Crowley, que conta como este ultimo escreveu o famoso Livro da Lei. 




Musicalmente, os Charlatans vão do Blues ao Folk, passam pelo Country e reúnem de maneira experimental várias influências da música popular norte-americana.


Fontes
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