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3 de mai. de 2015

Ghost ao vivo

Retorno da banda sueca 
ao Brasil

Ghost Papa Emeritus II foto de Kris Von D

Em 5 de setembro de 2014 a banda sueca Ghost se apresentou pela segunda vez em São Paulo, no HSBC Brasil. Agora sim, podemos dizer que houve um ritual completo, diferente da prévia do ano passado onde abriram os shows de Slayer e Iron Maiden.

Um clima ansioso contaminou a platéia 15 minutos antes do início, alimentado por incensos nos dois cantos do palco e uma música ambiente sinistra. As pessoas inquietas imploravam a abertura das cortinas.

Quando ela finalmente se abre, o cenário apresentado é o do interior de uma igreja medieval, onde os 5 Nameless Ghouls tocam a introdução que acompanha a música Per Aspera Ad Inferi, Infestissumam.

Papa Emeritus II entra em cena, o público delira. Em seguida, o ápice da abertura: a canção Ritual, do primeiro disco, Opus Eponymous. Agora sim, o teatro está completo.

Entre os pontos altos do show esteve Satan Prayer, embalada por muita devoção, Con Clavi con Dio que teve direito a incenso de mirra, Elizabeth, acompanhada por  rodas de bate-cabeça entre o público. Houve ainda provocações de Papa Emeritus em Body and Blood: "Vocês gostam de comer carne?".

Ao menos para mim, o momento mais atraente do show, de deixar de queixo caído, foi a execução de Death Knell, música que se mostrou mais intensa ao vivo do que no álbum. Talvez isso tenha acontecido porque o clima que buscam criar com o espetáculo, de repente, se traduziu perfeitamente na melodia mais arrastada, ou mais doom, de todas as suas canções. Um clássico.

O grupo mostrou grande sintonia naquele momento e Death Knell terminou com um arranjo diferente de guitarra e uma cadencia que progrediu para o pop. Pop, porém macabro. Seguida da versão de Here Comes the Sun e da instrumental Genesis, conseguiram emocionar o público com um dos melhores desfechos de álbum dos últimos anos. Quiçá, desde o Sgt. Pepper's dos Beatles? Pode ser um exagero meu.

Uma pena que, depois da sequência que encerra o álbum Opus Eponymous, veio realmente a ultima sequência de músicas do show. A platéia não se aguentava e gritava Hail Satan!, Belial, Belzebul, Satanás, Lucifer. E foram atendidos.

Seguiu-se à Year Zero o cover de Rocky Ericson, de seu álbum The Evil One (1981), If You Have Ghosts. Um pouco antes, veio um triste aviso de Papa Emeritus de que o espetáculo estava para terminar.

O bis foi uma comoção. As pessoas, em sua maioria já conhecedoras do set list, cantaram Ghuleh / Zombie Queen e imploraram o retorno da banda. Eles retornaram e e enceraram com Ghuleh /Zombie Queen, que novamente deflagrou alguns bate-cabeças, e Monstrance Clock, já de praxe.

Na introdução de Monstrance Clock, Papa Emeritus deu suas últimas mostras de carisma e simpatia da noite, explicando as intenções da canção. Erotismo, hedonismo e bom humor, conclamando a platéia a cantar junto, balançando num só ritmo, aquele ritmo bom que leva ao orgasmo. Apropriado para uma sexta à noite, afinal, esse é o cerne do rock n' roll.

26 de mai. de 2014

Iron Maiden e Ghost

Uma turnê que marcou época















Um evento tão bom quanto o Rock In Rio, que aconteceu em setembro de 2013, foi a turnê do Iron Maiden pela América Latina ostentando duas atrações de abertura: a banda Slayer e o grupo Ghost, grande novidade para o público mainstream naqueles dias. Após a conturbada venda de ingressos para o Rock In Rio, onde o Ghost seria uma das principais atrações, muita gente não os teria visto, e nem ao Slayer, não fosse a turnê do próprio Maiden.

Em um gélido fim de tarde, os nameless ghouls e Papa Emeritus II sobem ao palco em Curitiba, no Bioparque, em 24 de setembro. O público daquela tarde foi o que melhor os recebeu, apesar de algumas vaias e gritos de Slayer! Slayer!, mas nada comparado à rudeza em São Paulo, no inóspito Anhembi, onde quem não teve o privilégio da Pista Premium não viu nada, ouviu muita zoação e se esbarrou em um público mal educado, que não fazia questão alguma de facilitar a vista para quem desejava muito ver o Ghost, em meio a gritos de Maiden! Slayer! Padre Quevedo! Na casa do senhor não existe satanás!, empurrões e gases fétidos. Gente porca!


Além disso, durante a apresentação do Iron Maiden em São Paulo, o público teve que se dividir entre assistir o show, pular poças d'água e encontrar um melhor local para ficar, tudo devido a um vazamento que inundou a pista. Momentos depois, um vazamento de gás afugentou novamente as pessoas. Péssimo! Mas, como todos ali estavam unidos com um só objetivo, não foi difícil assistir ao Iron Maiden, como o foi durante o show do Ghost. 


Já em Curitiba, a recepção foi melhor. Em uma apresentação bem curta, como em São Paulo, o Ghost tocou uma mescla de seu primeiro álbum, o clássico Opus Eponymous, e do segundo, Infestissumam, lançado em abril de 2013. A impressão que essas apresentações deixaram é que a Ghost é uma banda que precisa de um cenário específico para brilhar em todo o seu potencial. Tocar ao vivo em grandes locais e com um público imenso, cria uma expectativa que demanda muita empatia entre a massa e o artista. Assisti-los ao vivo, nessas condições, não teve o mesmo efeito que se experimenta ao ver um daqueles vídeos, de cenário intimista, que quase cria um verdadeiro ritual.

Apesar da falta de um pouco mais de empatia, o que pôde se dever à alguma timidez da banda e ao descompasso com um público grande e em sua maioria hostil, o show foi muito bom e contou com a participação acalorada daqueles que foram lá para vê-los. Ao anoitecer, uma névoa colorida pelas luzes do palco criou um clima ótimo para a execução de Ritual. O grupo finalizou com Monstrance Clock, uma baladinha sinistra, que requer a participação de todos para melhor compor o culto, segundo o pedido de Papa Emeritus II. Ao deixarem o palco, ficou um certo pesar de que talvez demorem um bocado para retornar à América Latina, apresentando seu próprio estilo de evento.


Seguindo a agenda, depois do Slayer (que homenageou Jeff Hanneman), vem o Iron Maiden, que dispensa comentários. Incrível! Por falar em cenário, o show que apresentaram durante essa turnê foi ousado: labaredas e fogos de artifício esquentaram o público na noite fria. O repertório contou com Seventh Son of a Seventh Son, Wasted Years, Fear of the Dark, The Trooper, Number of the Beast, Can I Play with Madness, entre outras, encerrando lindo com Aces High. 

Em alguns momentos, Bruce Dickinson demonstrou um pouco de cansaço, deixando de cantar as notas mais altas, sua marca registrada da juventude. Infelizmente, se formos comparar o Iron de hoje com aquele que se apresentou no Rock In Rio de 1985, é óbvio que falta um pouco daquela vitalidade enorme :P Mas, é como disse alguém: o Iron Maiden de bengala ainda é melhor do que muito do que tem por aí. Para encerrar, ficou o desejo de levar o cachecol de Bruce para casa ;)



14 de abr. de 2012

Uncle Acid and the Deadbeats

Tio do Ácido e os Vagabundos 
querem Você!
Sede de Sangue (Blood Lust) - 2011

Trio inglês de Cambridge, formado em 2010, que resgata o heavy psych e outras correntes obscuras dos anos 60 e 70, à exemplo da banda sueca Ghost.

Enquanto a Ghost está voltada para um heavy obscuro mais dançante, a Uncle Acid mergulha nos riffs, no fuzz, no hammond e no blues rock.


Volume 1 - 2010

Aliás, referências são o que mais se pode achar com relação a esta banda. É frequentemente citada como um amálgama de Stoner rock, Doom metal, Garage rock e Heavy psych.



Entre as bandas referenciadas estão Black Sabbath, Beatles, Electric Wizard, Beckett, The Doors.


Imagem do artista visual Rafal Kruszyk

A estética, assim como a Ghost, é bem inspirada nos filmes B e contos de terror.



Já lançaram dois discos: Volume 1 (2010), Blood Lust (2011) e também 1 compacto divido: White Nights of Murder (Danava) / I'll Cut You Down (2011). 

É com certeza uma das melhores coisas do rock ultimamente.



Fontes

4 de jan. de 2012

Ghost

Ritual performático heavy psicodélico


Banda sueca formada em 2008 que está sendo, com certeza, um dos melhores exemplos de heavy psych e heavy metal tradicional atualmente. Lançaram seu primeiro disco Opus Eponymous em 2010, muito bem aclamado pela crítica.




Com influência de King Diamond e também do Heavy Metal dos anos 1970 e início dos 1980, resgatam as origens do estilo sem cair no saudosismo. 


Opus Eponymous - 2010


A sonoridade da Ghost vem sendo descrita como uma mistura de Mercyful Fate com Blue Öyster Cult, e ainda incluo Coven e Black Sabbath.

Heavy Psych é um elemento que possui recorrências em seu primeiro álbum, que vão desde o som e as temáticas, até à visualidade retrô.

Este é um dos rótulos dados à cena heavy rock ocultista do final dos anos 1960 e início dos anos 1970, que teria dado origem ao Heavy Metal. 



Outra característica forte é a teatralidade, herdada também de King Diamond e de outros performers, como David Bowie, Alice CooperKiss e o lendário Arthur Brown.




A banda mantém sua identidade secreta, sendo que 5 integrantes (chamados nameless ghouls:  bestas sem nome) apresentam-se totalmente encapuzados e o vocalista, Papa Emeritus, apresenta-se com a pintura facial de uma caveira.




Por falar em Suécia, a sua vizinha Noruega é a terra natal do Black Metal, uma cena forte dos países nórdicos. Um dos itens da indumentária do Black Metal é a pintura corporal.

Outra característica do Black Metal é o satanismo e o ocultismo, o que também é o tema das letras da Ghost, assim como o de algumas de suas famosas influências.


Porém, diferentemente do Black Metal, a banda Ghost não é brutal. Muito pelo contrário, são suave as hell \m/.

Isto de certa forma também é um resgate do início do heavy metal que, obviamente, sempre foi pesado, mas a partir dos anos 80 passamos a conhecer as formas mais extremas do desenvolvimento do estilo.




O disco Opus Eponymous encerra brilhantemente com um cover de Here Comes the Sun dos Beatles, que ganhou uma atmosfera soturna. Obra Prima!


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