30 de mai. de 2011

The Open Mind

Rock psicodélico inglês quase californiano
Open Mind - 1969

Banda inglesa, formada em meados dos anos 60, que se situou na transição entre os movimentos Mod/Beat, garage rock e rock psicodélico, firmando-se no ultimo rótulo, com o disco homônimo Open Mind, de 1969.




Em 1967 já haviam lançado um compacto: Day and Night / Get Out of My Way

Na mesma época do lançamento do LP, em 1969, também lançaram mais dois singles que não entraram para o disco: Magic Potion e Cast a Spell. O mais engraçado é que são suas músicas mais famosas. 

A sonoridade da banda é bem diferente do resto da cena do rock psicodélico inglês. Além de ser fruto de uma mistura de tendências, como as citadas acima (mod, garage, psicodélico), ainda podemos incluir um pouco de hard, acid, rock and roll, e o que seria chamado de stoner. 




Talvez a banda inglesa que mais se aproxima da sonoridade da Open Mind é a Small Faces. Lembram também os primeiros álbuns dos The Doors.

A capa do disco é outro detalhe que merece atenção. Uma piada visual e um trocadilho, além de ser um tipo de capa diferente da moda psicodélica, mais limpa em relação aos posteres californianos e mais próxima da estética de filmes B e colagens surrealistas.



Fontes
texto muito completo sobre a banda:
Resumo perfeito:

27 de mai. de 2011

The Human Expression

A fronteira entre garage e psicodelia
cd de 1994 - compilação de compactos da déc. de 60



Surgida em 1966, na ensolarada Califórnia, a Human Expression é uma banda que se situa entre o rock de garagem e o rock psicodélico.


capa alternativa


Durante os anos 60 lançaram somente singles e compactos, dentre os quais os seus clássicos: Everynight / Love at Psychedelic Velocity (1966); Optical Sound / Calm Me Down (1966).


contra capa - todas as músicas foram incluídas



Love at Psychedelic Velocity e Optical Sound são faixas singulares. 

A primeira possui experimentações que a colocam no limite entre rock de garagem e psicodélico, incluindo variações sonoras que beiram o punk e o lírico na mesma música.

Foto da banda encontrada em Last Fm.


Além disso figurou muito nos bailes psicodélicos regados a testes do ácido e 
show de luzes.


Alguém da banda. Foto encontrada em Last Fm.

Optical Sound é uma música igualmente cheia de efeitos e reverberações que reproduz e narra uma experiência com LSD.


Pura Sinestesia


Nos anos 90, todas as músicas de The Human Expression foram reunidas no cd Love at Psychedelic Velocity (1994).



Fontes

26 de mai. de 2011

Laghonia

Rock Psicodélico Peruano, com influências de Beatles e Bossa Nova
Glue - 1969


É quase uma injustiça colocar esta banda no Limbo do Rock, porque, segundo fontes, são a banda de rock psicodélico mais famosa do Peru. Contudo, em relação ao resto do mundo, ainda permanecem obscuros.




Formada em 1965, passaram por transformações sonoras (à exemplo da Banda inglesa Kaleidoscope) até se firmarem no rock psicodélico, em 1969, com o disco Glue.


Glue - 1969

As influências do som da Laghonia vão de Beatles a The Zombies, incluindo Santana

Inspirados num calendário de propaganda turística brasileira, compuseram Bahia, décima faixa do disco Glue. Seu tecladista, Carlos Salom, tocava bossa nova antes de integrar a banda.




Lançaram três dicos: Glue (1969); Etcetera (1971); Unglue (2004).


Etcetera - 1971



Fontes
Lion Productions.org (em inglês)
Bandas Tornantes.Blogspot (em inglês)             

22 de mai. de 2011

Kenneth Anger



Kenneth Anger é um cineasta nascido na Califórnia em 1927. Tem hoje 84 anos, ainda produz seus curta-metragens e viaja o mundo participando de mostras de seus filmes, além de ter projetos paralelos.


Kenneth Anger


Uma só palavra: Vitalidade.

Vitalidade tem a ver com vontade que, segundo Anger, por meio de seus estudos sobre Aleister Crowley, tem a ver com mágica.

Aleister Crowley e a Thelema: Filosofia da vontade verdadeira


Mágica é vontade aplicada em algo. Anger aplica a sua em seus filmes, todos curta-metragem e cria o que ele chama de Cine-magia.


Lucifer Rising foi filmado no Egito e na Califórnia

Seus filmes são estruturados através de uma sucessão de imagens que valem por si, encadeadas por uma seqüência narrativa não-linear e não específica, que produz sentido por associação. 

São narrações simbólicas, rituais, subliminares e cheias de significado.



Lucifer Rising, filme rodado e editado entre 1966 e 1972, lançado apenas nos anos 1980, envolveu nomes como Jimmy Page e Marianne Faithfull.


Performance organizada por Anger em São Francisco para promover o filme.
Contratempos fizeram com que o filme fosse lançado muito tempo depois.


O também cineasta, Donald Cammel - ver: Performance -, participou interpretando Osiris. Donald Cammel era igualmente ocultista e seu pai foi amigo do secretário de Aleister Crowley.

Um jovem músico, Bobby Beausoleil, foi o compositor da trilha sonora incompleta que ficou na versão definitiva do filme. Jimmy Page também iniciou a composição de uma trilha para o filme, mas nunca a terminou. 




Tanto Page quanto Beausoleil brigaram com Anger. O primeiro foi acusado de desinteresse e o segundo de roubar o filme. 

Beausoleil foi preso tempo depois, devido ao seu envolvimento com Charles Manson e consequentes assassinatos.


Lucifer Rising reúne temas sobre a mitologia do Antigo Egito, hermetismo, cabala, bruxaria e astrologia para delinear a transição da era de Peixes para a era de Aquário.


Marianne Faithfull em cena do filme

Fontes

21 de mai. de 2011

Andy Warhol...

...e a cena underground nova-iorquina

Ou: o nascimento do punk através da linguagem psicodélica. Ou ainda: A Bad Trip Libertária



O rock estava na mira de Andy Warhol há algum tempo. 

Ele tinha a intenção de montar o seu próprio grupo, em conjunto com outros artistas da Arte Pop e também outros músicos, tais como La Monte Young, Claes Oldenburg e sua esposa Patty, Walter de Maria e Jasper Johns. 

Porém, um dia viu uma apresentação dos Velvet Underground e mudou de ideia.


Depois de conhecer o grupo, virou empresário da banda. Mas não era um empresário comum, sua meta não era fazer com que o Velvet Underground vendesse muito e sim torná-los parte integrante de sua arte.


os Velvet Underground, acrescidos de Nico


Junto com os Velvets ele montou uma trupe performática, incluindo suas superstars (atores amadores que apareciam em seus filmes underground). 

A trupe toda se chamou Exploding Plastic Inevitable. Tal nome foi retirado de títulos de canções de Bob Dylan, ao melhor estilo dadá.

Warhol excursionou por todo os EUA com o Exploding Plastic Inevitable promovendo happenings, que consistiam em shows do Velvet Underground com projeções e performances dos atores em um local onde as pessoas pudessem participar. Uma espécie de balada maluca. 


Antes dele existia Ken Kesey e os Merry Pranksters, promovendo os "Testes do Ácido" por todo os EUA, e principalmente Califórnia, numa época em que o LSD ainda não era ilegal. Os Testes do Ácido eram uma festa experimental que reunia música, poesia e show de luzes, conhecidos como Light Shows.




Andy Warhol também utilizava os Light shows, febre dos bailes psicodélicos, projetando seus filmes com gelatinas coloridas sobre as lentes do projetor.

As imagens se sobrepunham às pessoas que estavam no evento e também ao palco do Velvet Underground, cujo som era bastante incomum para a época, repetitivo-agressivo, e eles tocavam muito alto.


Exploding Plastic Inevitable


O Velvet Underground não possuía o otimismo "paz e amor" da cena psicodélica. Podem ser considerados um dos elementos do pré-punk, também devedor do garage-rock. 

Os próprios afirmaram não simpatizar com a cena de São Francisco. Ainda mais que eram de Nova York, um universo bem diferente.




O clima de Nova Iorque e da Califórnia eram distintos. Nova Iorque é uma cidade dura, como São Paulo. A Califórnia, em especial S. Francisco, é um lugar paradisíaco, com praias, muito sol e natureza, como o Rio de Janeiro. Os Hippies tinham tudo para florescer em "Frisco".


E quando a turnê de Andy Warhol passou por lá (no Fillmore Auditorium), houve um grande choque de ideologias, que na verdade só se diferenciam entre si pela aparência, porque ambas são frutos da mesma revolta: a busca por uma alternativa à rotina, à vida burguesa.




Os hippies (embora já muito acostumados com a anarquia dos Testes do Ácido) entenderam o show multimídia de Warhol como algo negativo e horrível. E não deixava, em parte, de ser isso mesmo.


Era a linguagem psicodélica que ele estava usando, e era a construção de uma Bad trip: Os light shows em conjunto com a música urgente e alta do V.U., criava um mal-estar, somando-se aí as projeções de seus filmes, que têm o mesmo objetivo de chateação e ainda devemos adicionar as performances dos atores, simulando cenas sado-masoquistas.


O que Andy Warhol queria com esse happening? Estimular as pessoas a simplesmente ser. 

Serem espontâneas, libertarem-se, expulsarem seus demônios, conhecerem-se através dos sentidos e assim expandir a percepção. Criar uma catarse coletiva, ou um hipnotismo subversivo.

A repetição sombria e monótona foi uma forma de traduzir a angustia da vida urbana. O light show do Exploding Plastic Inevitable foi um evento que permitiu às pessoas um momento de imersão ritual e de apropriação estética daquele sentimento de agonia.

O evento ganhou versão cinematográfica por meio de Ronald Nameth, cineasta underground. Assista.

19 de mai. de 2011

Lucifer's Friend



Lucifer’s Friend era composta por quatro alemães e um britânico, o vocalista John Lawton, que havia passado por várias bandas, entre elas a Stonewall e um grupo chamado Les Humphrey Singers, que tinha uma enjoativa sonoridade soul/pop, bem à moda da época. 

Lucifer’s Friend -1970


Enquanto isso, os outros integrantes alemães eram membros da banda German Bonds. Os cinco músicos reuniram-se para gravar um álbum sob o nome Asterix em 1970, que é excelente. 

Depois disso resolveram mudar o nome para Lucifer’s Friend, talvez para não ficarem diretamente ligados à famosa HQ francesa, Asterix. 


Asterix - 1970


Por incrível que pareça, não há relatos de que esta banda tenha sido tachada de satanista. Talvez porque não se acha muita coisa além do nome que remeta ao tinhoso. Há uma faixa em seu primeiro disco que também se chama Lucifer’s Friend.



No final dos anos 1970, lançaram três álbuns com um som pop mais comercial mas, para sua surpresa, tais álbuns tiveram menos sucesso que os anteriores.



Resenha presente na Wikipédia: 

"A banda alterava seu estilo musical e influências em cada álbum. O álbum homônimo de estréia, lançado em 1970, possuía letras obscuras, guitarra pesada e um estilo de órgão influenciado por Led Zeppelin e Black Sabbath

John Lawton

"O segundo álbum, Where the Groupies Killed the Blues, tomou um caminho totalmente diferente, sendo mais experimental no rock progressivo e rock psicodélico. O terceiro, I’m Just a Rock & Roll Singer, mostrou nova mudança de direção, com um estilo de rock popularizado por bandas como Grand Funk Railroad, com temas como a vida na estrada


where the groupies killed the blues - 1972


"Banquet apresentou composições baseadas no jazz fusion.  Mind Exploding estabeleceu um padrão em tentar combinar o jazz de Banquet com o rock de garagem de Rock & Roll Singer, mas não foi tão bem recebido quanto os anteriores.


Banquet - 1974

"O vocalista John Lawton deixou a banda em 1976 para juntar-se ao Uriah Heep (outra banda que ficou no limiar entre underground e mainstream), mas retornou em 1981 no álbum Mean Machine. Terminaram oficialmente em 1982, mas acabaram retornando no início da década de 1990 para lançar o álbum Sumo Grip".
 
 


17 de mai. de 2011

Coven

Pioneiros do rock ocultista
Witchcraft Destroy Minds & Reaps Souls -1969

Coven é uma banda de Chicago, EUA, que em termos sonoros e temáticos foi pioneira no estilo Heavy Metal, tratando de assuntos como ocultismo e satanismo, coisa pouco comum nos anos 1960. 




Com sonoridade similar à do Jefferson Airplane, também contavam com uma poderosa vocalista, Jinx Dawson, que podemos descrever como uma versão dark de Janis Joplin.

Jinx Dawson 

O nome do baixista, Oz Osborne, outra coincidência cabalística, é quase igual ao nome de Ozzy Osbourne, famoso vocalista do grupo Black Sabbath.


Black Sabbath + Jefferson Airplane


Não bastasse isso, a banda Coven ainda colocou em seu primeiro disco, Witchcraft Destroys Minds and Reaps Souls (1969), uma faixa intitulada Black Sabbath


A canção Black Sabbath

O vídeo apresenta trechos do filme Häxan
de Benjamin Christensen - 1922


É importante frisar que a Coven surgiu antes do Black Sabbath, e estes já disseram não saber do grupo norte-americano na época em que formaram o seu. Mistérios do destino!


Coven = Reunião de Bruxas

No final da década, após terem lançado seu primeiro disco pela Mercury Records, o grupo excursionou com vários nomes como Alice Cooper,  Frank Zappa e Vanilla Fudge




Jinx é natural de Indianapolis, Indiana e começou a estudar ópera e ocultismo no começo dos anos 1960. É creditado à ela uma das primeiras aparições do sign of the horn, sinal do chifre, feito com a mão \m/

Muitas outras pessoas afirmam que o crédito deve ser dado à Ronnie James Dio, que futuramente também se tornaria vocalista do Black Sabbath. 

Isto é outro fato intrigante, pois Jinx Dawson já estaria fazendo-o a mais tempo.



A capa do disco, em uma de suas várias versões, traz cruzes invertidas, caveiras e objetos cerimoniais, algo diferente até então. 

Além disso, a última faixa se constitui de 13 minutos de gravação de um ritual de missa negra. 
Ultra sombrio!




A famigerada missa negra, \m/



Além de Witchcraft Destroys Minds and Reaps Souls, lançaram mais dois discos: Coven (1972) e Blood On The Snow (1974). 

Witchcraft Destroy Minds & Reaps Souls - versão 2

Em 1975 a banda termina, mas em 2008 voltam a lançar novo trabalho, com músicas inacabadas das décadas de 1960 e 1970. O disco se chamou Metal Goth Queen~Out of the Vault. 

Nunca tiveram sucesso comercial, o que pode se dever em parte pela temática satanista, que chocou na época e, relativamente, choca ainda hoje.


Blood on the snow - 1974

Apesar de toda essa polêmica, o som da Coven é de muita qualidade, especialmente por estarem num momento de transição na história do rock: fim da era psicodélica, início do heavy metae de outras correntes. 


One tin soldier - 1971

O único sucesso comercial foi a canção One Tin Soldier, que foi trilha sonora do filme Billy Jack. A música é considerada um hino anti-guerra do Vietnã.


                         One Tin Soldier




Fontes
Wikipédia 
Lastfm.com 
My Space 


11 de mai. de 2011

H.P. Lovecraft

Exotismo e inspiração em 
contos de terror fantástico
H. P. Lovecraft  - 1967

Originários de Chigaco, EUA, fizeram enorme sucesso underground na cena hippie californiana. No início, o núcleo da banda era formado por dois músicos de estúdio, que tendo encontrado interesses mútuos, realizaram audiências para compor o resto da banda.


H. P. Lovecraft II - 1968

O nome também surgiu do interesse em comum dos dois músicos fundadores (George Edwards e Dave Michaels) e dos donos da gravadora a qual pertenciam (Dunwich records), no famoso escritor americano H. P. Lovecraft, que trabalhou a temática do horror fantástico em seus contos. 


Um dos clássicos de Lovecraft,
O Chamado de Cthulhu
Diga-se de passagem que Lovecraft tem uma influência vasta no rock, assim como o bruxo Aleister Crowley. Ambos serviram de inspiração para as contestações morais e religiosas da contracultura. Lovecraft tem uma legião de fãs dentro do Heavy Metal, o que faz da banda H. P. Lovecraft algo ainda mais único por ser uma das poucas psicodélicas com essa temática.




O primeiro disco da banda saiu em 1967, contendo mais covers do que música própria, o que não o desmerece em nada (é claro). O som obscuro e psicodélico da banda faz juz ao nome, e confere às versões um toque muito autoral. 


Conto publicado em 1919
A partir do lançamento do primeiro disco (que não entrou para as paradas), a banda começou a excursionar pela costa oeste norte-americana, ganhando notoriedade no circuito underground de São Francisco. 
A canção White Ship (composta pela banda, inspirada no conto homônimo de Lovecraft) alcançou grande fama por lá, tornando-se um single.



Nesse período (1967-1968),  a H. P. Lovecraft passou a excursionar também com grandes bandas da época, abrindo seus shows. Dentre estas bandas estavam Jefferson Airplane, Grateful Dead e The Who.


Outro clássico de Lovecraft,
Nas Montanhas da Loucura
O segundo disco veio em 1968, e chamou-se simplesmente H. P. Lovecraft II, contando com equilíbrio entre covers e músicas próprias. Desta vez o carro chefe foi a canção At the Mountais of Madness, outro conto de Lovecraft. O segundo disco é ainda mais aprofundado na psicodelia do que o primeiro, repleto de efeitos e passagens épicas.


Em 1969, a banda veio ao fim, com seus integrantes buscando projetos solos e paralelos, ou simplesmente retornando à Universidade. A H. P. Lovecraft tem ainda um terceiro disco, que é ao vivo, gravado no Fillmore Auditorium, casa de show muito importante para toda a cena de São Francisco.




Fontes
Este é um site de um colecionador de livros obscuros, contos de terror, bruxaria, ocultismo e afins. 

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