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17 de jul. de 2015

The Black Cat Bones

Blues e Heavy Psych
Barbed Wire Sandwich (1970)

Banda formada no ano de 1966 em Londres. Alguns de seus integrantes fizeram parte do grupo de músicos que atuaram no disco When You Feel the Feeling You Was Feeling (1968) de Champion Jack Dupree, um dos pioneiros do Blues de Nova Orleans.

Originalmente um quinteto, produziram apenas um álbum: Barbed Wire Sandwich, em 1970, após um período de quatro anos tocando em clubes londrinos. A sonoridade heavy psicodélica das faixas contém também muita influência do Blues.





Após seu único lançamento o grupo se desmancha e cada qual segue rumos distintos. Dois integrantes, os irmãos Derek e Stuart Brooks, irão formar outra banda, Leaf Hound, ainda mais comprometida com a influência do Blues, ajudando a construir um estilo também conhecido como Hard Rock.


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16 de jul. de 2015

Ancient Grease

Um disco que já nasceu 
nostálgico
Women and Children First (1970)


Após algum tempo se apresentando sob o nome Strawberry Dust, este quarteto do País de Gales decide batizar-se com o nome Ancient Grease, ao encontrar uma chance de ganhar maior destaque depois de assinar contrato com a gravadora Mercury, em 1970.

Foi produzido apenas um registro, o LP Women and Children First, naquele mesmo ano. 

outra versão para a capa


De sonoridade hard rock/ blues/ heavy psych, também compuseram para este trabalho faixas de pop psicodélico e country rock. 

O nome do grupo, que traduzido seria algo como "sebo antigo", parecia predizer o destino de seu único álbum, que prometeu mas não emplacou.


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High Tide

Mar Sonoro e Revolto
Sea Shanties (1969)

High Tide é uma banda inglesa integrante da onda heavy rock/ heavy psych que marcou o fim da década de 1960. Sua peculiaridade está na fusão entre guitarra com distorções pesadas e violino.

Em 1969 e 1970 lançaram seus dois discos característicos do estilo: Sea Shanties e o homônino High Tide. Um fato de interesse é que o violino era executado por Simon House, fututro integrante do Hawkwind, grupo de space-rock.


High Tide (1970)

Uma nova formação colocou em curso alguns álbuns inéditos entre 1989 e 1990. Em maioria, são compilações de experimentos e faixas inacabadas da década de 1970.


Fonte

Leaf Hound

Um bom exemplo de 
Hard Rock
Growers of Mushroom (1971)

O Heavy Rock britânico conta com inúmeros grupos que formaram um cenário underground em meados da década de 1960 e 1970. Leaf Hound foi mais um desses intentos, um grupo que surgiu a partir do encontro entre músicos que atuaram em diversos outros da mesma cena, entre os quais podemos destacar o Black Cat Bones.

O nome Leaf Hound foi escolhido a partir de uma antologia de estórias de Horror do escritor inglês Hebert Van Thal. O clima melancólico se traduz na temática das faixas do único LP da banda: Growers of Mushroon (1971), cujo som também é definido como Hard Rock.

Sad road to the sea e Drowned my life in fear estão entre as músicas de abertura. Traduzindo temos os seguintes títulos: Triste estrada para o mar e Afogando minha vida no medo, ambas versando sobre crises existenciais.

Após o único disco lançado, a banda se desfaz. O vocalista Peter French passa a se engajar em diversos projetos incluindo uma participação no Atomic Rooster, outro grupo da época que, dentre os menos conhecidos, foi um dos mais emblemáticos.



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3 de mai. de 2015

Uriah Heep em São Paulo

Muito pesado e muito humilde 
na virada cultural


Em um sábado, dia 17 de maio de 2014, aconteceu mais uma edição da Virada Cultural, um tipo de evento que buscou inovar o formato do que se tem por entretenimento, tornando-se um misto de feira de rua com ocupação cultural e um ponto de encontro, concretizando assim um novo tipo de vivência do espaço urbano.

Um dos destaques da edição desse ano foi a banda inglesa Uriah Heep, uma das pioneiras do Heavy Metal. Em um show de cerca de 1 hora e 10 minutos apresentaram canções inéditas do novo álbum, Outsider, que saiu em Junho, e, é claro, alguns clássicos do lado B do Heavy Rock, diga-se de passagem.

Apesar de não serem tão populares, reuniram na noite de sábado um público dedicado e muitos curiosos interessados no que se passava. Tão interessados que a tradicional muvuca que se forma próximo ao palco estava mais agitada do que de costume: empurrões, estranhamentos, congestionamento humano e expressões efusivas de alegria delirante. Tudo isso era efeito da ansiedade que aumentava com o atraso do show.

No palco, o Uriah Heep, cujo único integrante original era o guitarrista Mick Box, manteve grande empatia com a multidão que os assistia. Houve sim uma interação público-artista, e a platéia, que eu me lembre, foi uma das menos alienadas que presenciei, embora também tenha sido uma das menos agradáveis.



cartaz

Gritos de gente insana, vendedores de cerveja pouco experientes, tumulto, novo princípio de turba e, consequentemente, nova busca por um lugar legal para ver o show. Uma luta tão sofrega quanto a tentativa de entrar no trem em horário de pico.

Essa experiência seria coroada durante a performance de Look at Yourself, clássico absoluto (precedida de Gypsy, do primeiro disco, de 1970), quando todos ao redor foram contemplados com uma chuva de cerveja sobre suas cabeças, orquestrada por um homem tomado pelo espírito do rock n' roll.

July Morning foi outro ponto alto, interpretada pelo carismático vocalista Bernie Shaw, na banda desde 1986. Essa canção, no entanto, automaticamente nos remete ao primeiro vocalista, David Byron, já falecido. Faltou algo da fase John Lawton.




19 de mai. de 2014

Sabbath Bloody Sabbath

Sol escaldante e gente de preto em Ipanema



No dia 13 de Outubro de 2013 aconteceu na cidade do Rio de Janeiro uma apresentação histórica dos pais do Heavy Metal, Black Sabbath, em sua formação 75% original.

Uma apresentação histórica, pois se tratava de uma das raras chances do público brasileiro presenciar uma performance que guarda o espírito daquilo que se chamava de rock no final dos anos 1960, quando isso significava fazer parte de um movimento transgressor.

Em duas horas de espetáculo, Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e um talentoso substituto de Bill Ward, demonstraram que sabem manter empatia com o público, sendo que Ozzy, ao vivo e aos 65 anos de idade, confirma que é um dos melhores front-man de que já tivemos notícia.

Tal aura foi sentida e celebrada por uma multidão que lotou a Praça da Apoteose, no sambódromo, espaço dedicado ao carnaval e ao samba, mas que, naquele momento, prestava-se a um excelente intercâmbio entre culturas.

Houveram algumas ocorrências inusitadas, como uma mulher que soltou uma pomba em direção ao palco (um ato estúpido), um morcego de plástico mordido por Ozzy, bem humorado e ostentando invejável loucura boa (afinal, ele é o mad man) e nos ensinando, entre uma música e outra, que uma brincadeirinha ajuda a relaxar. Cucko! Que a água refresca foi o aprendizado daqueles que estavam na primeira fila.



Finalizando a sequência de eventos não-ordinários, no término do show Geezer Butler misteriosamente sai de cena e não retorna ao palco para a despedida, deixando Ozzy intrigado e se movendo para procurá-lo com seu jeito lesado e ozado de andar, aquele que culmina com "Sharon!".

Geezer, que não é Sharon, não apareceu mais, o que não diminuiu a maravilha vivenciada por todos. Depois, a explicação: ele estava enjoado e correu para vomitar. Bravo! Lutou até o fim \m/

Para quem estava nas arquibancadas, a visão era ótima, embora não fosse possível ver todo o telão e o cenário, mas os músicos, ninguém perdia de vista.

Fica aqui um reclame para a sacanagem da Pista Premium, cara e excludente, pois, por ser próxima do palco, é o lugar em que a mágica do evento realmente acontece.

Quem fica lá no fundo não vê muita coisa, ou melhor, não vê nada.

Porém, a originalidade do Black Sabbath não deixa dúvida de que o poder de sua música executada ao vivo comoveu aqueles que só puderam ver a cara do amigo e a dos que tumultuavam um pouco mais a frente, acolhendo a todos numa celebração sinestésica, onde ver as lendas é muito importante, mas não é tudo. Sentir a música ao vivo aguça a percepção.



11 de dez. de 2012

Gun

Heavy metal psicodélico inglês
Gun - 1968

Power trio londrino que durante a segunda metade dos anos 1960 fervilhava no histórico UFO Club, ao lado de Pink Floyd, Soft Machine, Tomorrow, Arthur Brown e outras lendas.



No início, eram um quarteto chamado The Knack (1963), que algum tempo depois (1967) reformulou-se num power trio de Heavy Psych, considerado por muitos como Proto-Heavy Metal



Teríamos o mesmo acontecendo na Califórnia, com a banda Blue Cheer.

Em 1969, lançam seu primeiro disco: Gun, cuja faixa de abertura, Race with the Devil, ganha amplo destaque. Posteriormente seria regravada por Judas Priest, Black Oak Arkansas e Girlschool.

A capa de seu primeiro álbum foi feita pelo artista Roger Dean, responsável por boa parte dos melhores exemplos de ilustração dentro do rock.


Gunsight - 1969

Em 1969 sai mais um álbum: Gunsight, que seria, infelizmente, o último. Igualmente pesado, poderoso e fantástico!



Fontes

15 de out. de 2012

White Noise

Ruído Branco: reunindo todas as frequências até o torpor da percepção
An Electric Storm - 1969

Grupo inglês formado pelo baixista clássico norte-americano David Vorhaus e a dupla britânica Delia Derbyshire - Brian Hodgson, pioneiros das experimentações eletrônicas no Reino Unido (além de Joe Meek).


David Vorhaus

Delia e Brian, em conjunto com Peter Zinovieff (o inventor do sintetizador VCS3) eram integrantes de um outro trio: Unit Delta Plus


Delia Derbyshire

Esse trio vanguardista participou do que pode ter sido a primeira Rave de todas: um festival inglês que integrou música eletrônica e artes visuais através dos Light Shows e experimentos sonoros diversos.


Delia Derbyshire

Este festival se chamou Million Volt Light and Sound Rave, idealizado pelo coletivo de designers BEV (Binder, Edwards & Vaughan). 


Brian Hodgson

Além da presença do Unit Delta Plus e seus trabalhos pautados pelo conceito de música randômica ou aleatória (vide John Cage e Pierre Boulez), o festival contou ainda com a mítica canção inédita dos Beatles chamada Carnival of Lights, jamais lançada e composta exclusivamente para o festival.


cartaz do Million Volt Light and Sound Rave

O álbum do White Noise de 1969, An Electric Storm, é lembrado por ter sido produzido pouco antes do surgimento do sintetizador Minimoog, que revolucionou as apresentações ao vivo e simplificou o processo de criação. 


An Electric Storm - 1973 (Versão norte-americana)

An Electric Storm é portanto, um disco de música eletrônica ainda "feito-à-mão" através de um aventuroso processo.


White Noise 2: Concerto for Synthesizer - 1974

Exploração de diversos efeitos em composições ora pop, ora experimentais, são a tônica do disco. Uma vibe psicodélica à la Syd Barret perpassa algumas faixas. 


White Noise 3: Re-Entry - 1980

A sonoridade espacial está afinada com outros experimentos da época como os Silver Apples, Fifty Foot Hose, Morgen e muito mais.


White Noise 4 : Inferno - 1990

Delia Derbyshire e Brian Hodgson saíram do White Noise na déc. de 1970 e outros álbuns posteriores à An Electric Storm (White Noise I, II, III, IV e V) foram produzidos e lançados por David Vorhaus.


White Noise 5: Sound Mind - 2000

Já em An Electric Storm, David Vorhaus vinha desenvolvendo composições que culminariam no estilo chamado Dark Ambient: um experimento de efeitos soturnos e melancólicos.




Fontes


4 de out. de 2012

The Fool: ícones da arte psicodélica

Coletivo artístico holandês e o design lisérgico dos anos 1960
The Incredible String Band: The 5000 Spirits or The Layers Of The Onion - 1967
capa feita pelo The Fool

No início, a dupla de artistas e mochileiros Simon Posthuma e Marijke Koger estabeleceram seu trabalho nas cidades de Madrid e Ibiza, na Espanha. 

Marijke Koger e Simon Posthuma

Segundo fontes, em 1966 o fotógrafo Karl Ferris, famoso por ter registrado Jimi Hendrix, Cream, Donovan e outros, descobriu a dupla em meio a uma comunidade hippie em Ibiza.

Capa do álbum Evolution (1967) da banda The Hollies

Surgiu então o convite para trabalharem em Londres e assim, migraram da paradisíaca cidade espanhola com o objetivo de introduzir cores vibrantes no cinzento mundo urbano. 

Roupas para os Beatles

Quando já estavam atuando na capital inglesa, acabaram chamando a atenção de John Lennon e Paul McCartney, pois haviam desenhado roupas e capas de disco para bandas como The HolliesCream.

Roupas para o Cream

Uma instalação que montaram em sua casa - e também atelier -, chamada de Wonderwall, despertou o interesse de John e Paul durante a visita que fizeram à Simon e Marijke. 

Um tempo depois, tal obra inspiraria o filme Wonderwall (1968) do diretor Joe Massot, que teria o cenário também produzido pelo The Fool.

Guitarra para Eric Clapton

Marijke Koger era uma leitora de tarô, o que pode explicar a escolha do nome para o coletivo. The Fool (que em português significa O Louco) é a carta de número zero do baralho mântico. 

Carta O Louco no Rider-Waite tarot deck 

A carta simboliza o estágio inicial da vida, onde há uma sensação de completude ingênua e por isso corajosa, que segue seu caminho sem desconfiança ou temendo consequências. Tudo a ver com o espírito da contracultura.


Um dia Marijke Koger tirou as cartas para Paul Mccartney, e pode ser que isto tenha influenciado a canção Fool on the Hill.


Roupas para o Procol Harum

A primeira capa para Sgt. pepper's Lonely Hearts Club Band (1967) foi projetada pelo The Fool, que então já contava com outros artistas (Jsje Leger e Barry Finch) e agora eram propriamente um coletivo.


Capa para o The Move - 1967

A capa, na verdade uma pintura, teria uma paisagem psicodélico-surrealista e alguns espaços em branco, que seriam posteriormente preenchidos com a caricatura dos fab-four

Pintura rejeitada para a capa de Sgt. Pepper's

No entanto, por razões de desagrado ao produtores da EMI, a capa foi vetada. O projeto da capa foi passado então para o artista pop inglês Peter Blake.

Sgt. Pepper's - design interno

Porém, o design interno continuou à encargo do The Fool, que criou uma padronagem ondulada e monocromática, complementando o encarte lúdico-interativo de Peter Blake.

O encarte de Peter Blake

A fachada da apple boutique (a loja-conceito dos Beatles que funcionou entre 1967 e 1968), também idealizada pelo coletivo, é uma obra que se configurou numa gigantesca pintura mural multicolorida, cujo efeito foi ainda mais ressaltado devido ao entorno de cores neutras. 


Este é um tipo de trabalho mural que antecede o graffiti como fine-art. Pena que tenha sido apagado tempo depois, por causar tumulto no trânsito devido ao seu impacto visual.





Além de produzir vários artigos de design como roupas, capas de disco, decoração de objetos e cenários, também lançaram o próprio disco homônimo The Fool, em 1968.

The Fool - 1968

Recentemente, Simon Posthuma lançou sua autobiografia:  A Fool such as I

George Harrison - Wonderwall Music


A parede maravilhosa e a revelação do jardim das delícias

Wonderwall Music - 1968

A trilha sonora do filme Wonderwall é um disco homônimo, gravado na Índia e na Inglaterra, que se tornou o primeiro álbum solo de George Harrison

Com forte presença da música indiana, o disco foi produzido visando o despertar do interesse ocidental pela cultura hindu.


A produção do álbum contou com músicos como Eric Clapton, o também Beatle Ringo Starr e Peter Tork dos Monkees

Fontes afirmam que George Harrison não tocou em nenhuma faixa, apenas idealizou, produziu e montou os arranjos.


A capa ficou por conta do designer e artista visual norte-americano Bob Gill, em parceria com John Kelly e Alan Aldrige, este último é um importante criador visual da psicodelia britânica e autor de uma capa para o The Who: A Quick One While He's Away (1967).

cena do filme

Além da música indiana, encontramos no disco a presença do rock, do folk, da música popular vaudeville e até mesmo da eletrônica, configurando uma colagem musical, construção sonora em voga no final da década de 1960. 



Cartaz de época do filme Wonderwall

Wonderwall (1968) é um filme de estética surrealista sobre as fantasias do doutor Oscar Collins em relação à sua vizinha, Penny Lane (interpretada por Jane Birkin). Através de pequenos buracos na parede, o dr. Collins satisfaz seu voyerismo.
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