4 de jun. de 2011

Brian Jones Presents The Pipes of Pan at JouJouka:


As descobertas de um europeu famoso na África

The Pipes of Pan at JouJouka - 1971


Em 1968, Brian Jones viajou ao Marrocos para assistir ao JouJouka Festival, que acontece todos os anos na vila de JouJouka, ao sul das montanhas Rif, perto da cidade de Ksar-el-Kebir (Alcacer Quibir, em português).

Introduzido à vila por Mohamed Hamri, um artista marroquino que começou a promover o festival entre os poetas da Beat Generation, Brian Jones acabou gravando um disco: The Pipes Of Pan At JouJouka (As gaitas de Pan em JouJouka), que foi lançado em 1971, dois anos após sua morte.

Brian Jones


O festival de Joujouka é um evento tradicional e religioso, que celebra os ritos Sufis. O Sufismo é um ramo místico do Islamismo, cujas raízes na vila de Joujouka datam do século XV, com a chegada de Sidi Ahmed Schiech, considerado um santo Sufi. 

Por meio dele nasceu a tradição musical da vila, constituída de tambores, flautas, gaitas e vozes ritmadas, numa pulsação que dura horas e que cria sonoridades hipnóticas com o objetivo de alcançar a cura para os distúrbios da mente. Os músicos que as executam são conhecidos como Masters Musicians of JouJouka (mestres músicos de JouJouka). É uma tradição herdada de pai para filho.

O registro sonoro obtido por Brian Jones contém apenas uma amostra muito pequena do que é o festival ao vivo. O disco dura cerca de 30 minutos, mas cada faixa durou na verdade entre 3 e 4 horas.


Masters Musicians of Joujouka


O festival celebra a figura de Boujeloud, um mito sufi identificado por William S. Burroughs e Brion Gysin como uma versão de Pan, deus grego da música. Todas as primaveras Boujeloud traz o dom da flauta aos mestres músicos de Joujouka e abençoa seu povoado com a fertilidade.

Dançarino em transe representando Boujeloud


William S. Burroughs e Brion Gysin (o primeiro foi um famoso escritor norte-americano, e o segundo um pintor inglês surrealista), estão entre as primeiras celebridades a conhecerem o festival de JouJouka. Eles foram até lá também por intermédio do pintor marroquino Mohamed Hamri, cujo tio é nativo da vila.

Após a ida de Brian Jones ao festival, este passou a ser frequentado por muitas celebridades e continua até hoje.

Visitar a vila hoje em dia é possível, porém mais difícil. É preciso uma autorização e são permitidas poucas pessoas por vez, para que assim o festival possa continuar a ser realizado preservando suas características tradicionais.



 




 
 


Fontes
O blog e o site oficiais. 
Aqui há informações sobre como visitar e várias notícias:
Joujouka Festival.Blogspot 
http://www.joujouka.org/
Sobre as primeiras celebridades no festival e o mito de Boujeloud:
The Quiet Us.com
Resumo muito bom sobre o disco no All Music:
All Music.com 
Artigo de 2015 na Rolling Stone:
https://www.rollingstone.com/music/music-news/morocco-dance-party-joujouka-brian-jones-41356/
Artigo de 2019 no site Radiophrenia:
https://radiophrenia.scot/the-joujouka-international/ 



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