Timothy Leary, psicólogo norte-americano, é considerado o papa do LSD e um dos mentores da contracultura da década de 1960. Escreveu um livro em 1957, The Interpersonal Diagnosis of Personality, que lhe valeu o cargo de professor em Harvard.
O livro trata da busca por métodos não-hierárquicos na relação psicólogo-paciente, ênfase na experiência mútua e a procura por meios eficazes de alterar a realidade do paciente, retirando-o das estruturas mentais neuróticas. Foi considerada uma abordagem inovadora e encontra paralelo com a anti-psiquiatria de R. D. Laing.
Em Harvard, Leary formou um núcleo de pesquisas com a psilocibina, após uma experiência arrebatadora com os cogumelos mágicos no México, fungo de onde é extraída a substância. Essa experiência lhe forneceu a chave que procurava para uma eficaz transformação da realidade.
A partir de então, direciona suas investigações para a experimentação com os psicodélicos e também a divulgação dos benefícios dos mesmos, tendo como aliado nessa missão o poeta beat Allen Ginsberg. A dupla apresentou informalmente a psilocibina, a mescalina e posteriormente o LSD para muitos intelectuais e artistas dos EUA e Europa.
O núcleo de pesquisa de Timothy Leary contava ainda com Richard Alpert, também professor de Harvard, que futuramente se tornaria RamDas, filósofo e guru.
O núcleo de pesquisa de Timothy Leary contava ainda com Richard Alpert, também professor de Harvard, que futuramente se tornaria RamDas, filósofo e guru.
A partir do momento em que Leary toma conhecimento do LSD, através do acadêmico inglês Michael Hollingshead, tal substância foi adotada como principal objeto de pesquisa.
Ao mesmo tempo, iniciavam-se as perseguições contra o seu grupo de estudos em Harvard, fruto da divulgação promovida nos meios da alta cultura e de alguns resultados satisfatórios em experimentos, que começaram a inquietar os defensores das terapias tradicionais.
Ao mesmo tempo, iniciavam-se as perseguições contra o seu grupo de estudos em Harvard, fruto da divulgação promovida nos meios da alta cultura e de alguns resultados satisfatórios em experimentos, que começaram a inquietar os defensores das terapias tradicionais.
Em sua autobiografia, Flashbacks: surfando no caos, ele conta ainda que um dos motivos para a perseguição também era o interesse da CIA em descobrir técnicas de controle mental através de substâncias que poderiam facilitar esse controle e serem usadas como arma de guerra, com a finalidade de facilitar interrogatórios, técnicas de manipulação, ou promover a inutilização temporária (ou, em alguns casos, permanente) de tropas, pessoas, povoados.
O LSD era uma das substâncias pesquisada com esse fim em um projeto secreto (hoje não mais) chamado MKULTRA. O pano de fundo desse interesse militar em controle mental era a Guerra Fria.
Outro divulgador de psicotrópicos foi Aldous Huxley, através de seus livros As Portas da Percepção e Céu e Inferno. Porém, seu tom literário não visava o ganho de adeptos e nem possuía o fervor de um manifesto, como os textos e os discursos de Timothy Leary.
Uma das críticas recorrentes feitas a Leary é a de que a maneira messiânica com que conduzia o assunto era prejudicial à pesquisa e contribuía ainda mais com a desinformação promovida pela mídia sensacionalista.
Desde as primeiras décadas do século XX, já havia grande número de intelectuais e cientistas interessados na pesquisa de substâncias psicotrópicas. Boa parte acreditava que a divulgação em massa atrapalharia uma vivência mais consciente do impacto da experiência psicodélica dentro de uma sociedade que não estava acostumada a lidar com formas não-lineares de pensamento.
Mas, o grande sonho de Leary era justamente construir ferramentas para a alteração da realidade que fossem acessíveis a todos, de uma maneira pragmática, democrática e considerada por ele como não-elitista. Suas idéias de não-hierarquia e a busca por ampliações do modo de pensar e agir, levou-o a formular a Política do Êxtase, exposta em um de seus livros: The Politics of Ecstasy, de 1968.