1 de nov. de 2012

The Chocolate Watch Band


Grupo formado na Califórnia nos idos de 1965. Entre idas e vindas de músicos, em 1966 tínhamos a banda que gravou diversas demos e seu primeiro LP, No Way Out, em 1967.


No Way Out - 1967

Influência para a New Wave e o Punk Rock nos anos 1980, a banda integrou o período histórico chamado pré-punk, que conta com quase todos os conjuntos de garage sessentistas e também com os grupos da invasão britânica  como o The Who, os Pretty Things e o Them.



Em contraposição ao garage rock nova iorquino, que podemos notar em bandas como The Druids of Stonehenge, The Fugs e outras, o garage californiano conta com a presença frequente de instrumentos não usuais e sonoridades mais soltas.


The Inner Mystique - 1968

E é esse tipo de som que encontramos no trabalho dos Chocolate Watch Band, especialmente em seus dois últimos Lps: The Inner Mystique (1968) e One Step Beyond (1969).



Durante o segundo e o terceiro disco passaram ainda por mais trocas de integrantes e divergências sobre o quão psicodélicos deveriam ser.



É possível conferir a performance raivosa da primeira formação no filme Riot in the Sunset Strip (1967).


Fontes

Fields

Colagens sonoras nos campos nostálgicos
Fields - 1969

1969 parece ter sido o ano das pérolas únicas do Heavy Psych. A banda Fields é mais um exemplar daquela safra, com seu único e ótimo disco de mesmo nome.


capa interna

O que encontramos em Fields é uma mistura de tendências do fim da década (entre 1967 e 1969), que inclui o soul, o power pop, acid rock e o heavy blues-heavy psych, que por ser proeminente, é o rótulo que prevalece neste trabalho do trio californiano.


Contracapa

O disco conta ainda com a participação de Brenda Halloway, cantora da Motown e também do grupo feminino The Raelettes, responsável pelos backing vocals nas gravações de Ray Charles.




Fontes

Valhalla


Valhalla - 1969

Mais uma banda de um disco só que se tornou raridade e desperta a curiosidade dos aficionados pelo rock de fins dos anos 1960. 



Valhalla (1969), disco homônimo do grupo de Long Island, terra natal de H.P. Lovecraft, é mais uma peça da onda heavy blues - heavy psicodélica, que teve como expoentes o Deep Purple, o Cream, o Vanilla Fudge e o Iron Butterfly, entre outros. 



Desde a sonoridade até a iconografia calcada na mitologia nórdica, podem ser considerados influência e um prenúncio do Heavy Metal setentista e posterior, vide o Viking Metal.




Fontes

15 de out. de 2012

White Noise

Ruído Branco: reunindo todas as frequências até o torpor da percepção
An Electric Storm - 1969

Grupo inglês formado pelo baixista clássico norte-americano David Vorhaus e a dupla britânica Delia Derbyshire - Brian Hodgson, pioneiros das experimentações eletrônicas no Reino Unido (além de Joe Meek).


David Vorhaus

Delia e Brian, em conjunto com Peter Zinovieff (o inventor do sintetizador VCS3) eram integrantes de um outro trio: Unit Delta Plus


Delia Derbyshire

Esse trio vanguardista participou do que pode ter sido a primeira Rave de todas: um festival inglês que integrou música eletrônica e artes visuais através dos Light Shows e experimentos sonoros diversos.


Delia Derbyshire

Este festival se chamou Million Volt Light and Sound Rave, idealizado pelo coletivo de designers BEV (Binder, Edwards & Vaughan). 


Brian Hodgson

Além da presença do Unit Delta Plus e seus trabalhos pautados pelo conceito de música randômica ou aleatória (vide John Cage e Pierre Boulez), o festival contou ainda com a mítica canção inédita dos Beatles chamada Carnival of Lights, jamais lançada e composta exclusivamente para o festival.


cartaz do Million Volt Light and Sound Rave

O álbum do White Noise de 1969, An Electric Storm, é lembrado por ter sido produzido pouco antes do surgimento do sintetizador Minimoog, que revolucionou as apresentações ao vivo e simplificou o processo de criação. 


An Electric Storm - 1973 (Versão norte-americana)

An Electric Storm é portanto, um disco de música eletrônica ainda "feito-à-mão" através de um aventuroso processo.


White Noise 2: Concerto for Synthesizer - 1974

Exploração de diversos efeitos em composições ora pop, ora experimentais, são a tônica do disco. Uma vibe psicodélica à la Syd Barret perpassa algumas faixas. 


White Noise 3: Re-Entry - 1980

A sonoridade espacial está afinada com outros experimentos da época como os Silver Apples, Fifty Foot Hose, Morgen e muito mais.


White Noise 4 : Inferno - 1990

Delia Derbyshire e Brian Hodgson saíram do White Noise na déc. de 1970 e outros álbuns posteriores à An Electric Storm (White Noise I, II, III, IV e V) foram produzidos e lançados por David Vorhaus.


White Noise 5: Sound Mind - 2000

Já em An Electric Storm, David Vorhaus vinha desenvolvendo composições que culminariam no estilo chamado Dark Ambient: um experimento de efeitos soturnos e melancólicos.




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4 de out. de 2012

The Fool: Coletivo artístico holandês

Coletivo artístico holandês e o design lisérgico dos anos 1960
The Incredible String Band: The 5000 Spirits or The Layers Of The Onion - 1967
capa feita pelo The Fool

No início, a dupla de artistas e mochileiros Simon Posthuma e Marijke Koger estabeleceram seu trabalho nas cidades de Madrid e Ibiza, na Espanha. 

Marijke Koger e Simon Posthuma

Segundo fontes, em 1966 o fotógrafo Karl Ferris, famoso por ter registrado Jimi Hendrix, Cream, Donovan e outros, descobriu a dupla em meio a uma comunidade hippie em Ibiza.

Capa do álbum Evolution (1967) da banda The Hollies

Surgiu então o convite para trabalharem em Londres e assim, migraram da paradisíaca cidade espanhola com o objetivo de introduzir cores vibrantes no cinzento mundo urbano. 

Roupas para os Beatles

Quando já estavam atuando na capital inglesa, acabaram chamando a atenção de John Lennon e Paul McCartney, pois haviam desenhado roupas e capas de disco para bandas como The HolliesCream.

Roupas para o Cream

Uma instalação que montaram em sua casa - e também atelier -, chamada de Wonderwall, despertou o interesse de John e Paul durante a visita que fizeram à Simon e Marijke. 

Um tempo depois, tal obra inspiraria o filme Wonderwall (1968) do diretor Joe Massot, que teria o cenário também produzido pelo The Fool.

Guitarra para Eric Clapton

Marijke Koger era uma leitora de tarô, o que pode explicar a escolha do nome para o coletivo. The Fool (que em português significa O Louco) é a carta de número zero do baralho mântico. 

Carta O Louco no Rider-Waite tarot deck 

A carta simboliza o estágio inicial da vida, onde há uma sensação de completude ingênua e por isso corajosa, que segue seu caminho sem desconfiança ou temendo consequências. Tudo a ver com o espírito da contracultura.


Um dia Marijke Koger tirou as cartas para Paul Mccartney, e pode ser que isto tenha influenciado a canção Fool on the Hill.


Roupas para o Procol Harum

A primeira capa para Sgt. pepper's Lonely Hearts Club Band (1967) foi projetada pelo The Fool, que então já contava com outros artistas (Jsje Leger e Barry Finch) e agora eram propriamente um coletivo.


Capa para o The Move - 1967

A capa, na verdade uma pintura, teria uma paisagem psicodélico-surrealista e alguns espaços em branco, que seriam posteriormente preenchidos com a caricatura dos fab-four

Pintura rejeitada para a capa de Sgt. Pepper's

No entanto, por razões de desagrado ao produtores da EMI, a capa foi vetada. O projeto da capa foi passado então para o artista pop inglês Peter Blake.

Sgt. Pepper's - design interno

Porém, o design interno continuou à encargo do The Fool, que criou uma padronagem ondulada e monocromática, complementando o encarte lúdico-interativo de Peter Blake.

O encarte de Peter Blake

A fachada da apple boutique (a loja-conceito dos Beatles que funcionou entre 1967 e 1968), também idealizada pelo coletivo, é uma obra que se configurou numa gigantesca pintura mural multicolorida, cujo efeito foi ainda mais ressaltado devido ao entorno de cores neutras. 


Este é um tipo de trabalho mural que antecede o graffiti como fine-art. Pena que tenha sido apagado tempo depois, por causar tumulto no trânsito devido ao seu impacto visual.





Além de produzir vários artigos de design como roupas, capas de disco, decoração de objetos e cenários, também lançaram o próprio disco homônimo The Fool, em 1968.

The Fool - 1968

Recentemente, Simon Posthuma lançou sua autobiografia:  A Fool such as I

George Harrison - Wonderwall Music


A parede maravilhosa e a revelação do jardim das delícias

Wonderwall Music - 1968

A trilha sonora do filme Wonderwall é um disco homônimo, gravado na Índia e na Inglaterra, que se tornou o primeiro álbum solo de George Harrison

Com forte presença da música indiana, o disco foi produzido visando o despertar do interesse ocidental pela cultura hindu.


A produção do álbum contou com músicos como Eric Clapton, o também Beatle Ringo Starr e Peter Tork dos Monkees

Fontes afirmam que George Harrison não tocou em nenhuma faixa, apenas idealizou, produziu e montou os arranjos.


A capa ficou por conta do designer e artista visual norte-americano Bob Gill, em parceria com John Kelly e Alan Aldrige, este último é um importante criador visual da psicodelia britânica e autor de uma capa para o The Who: A Quick One While He's Away (1967).

cena do filme

Além da música indiana, encontramos no disco a presença do rock, do folk, da música popular vaudeville e até mesmo da eletrônica, configurando uma colagem musical, construção sonora em voga no final da década de 1960. 



Cartaz de época do filme Wonderwall

Wonderwall (1968) é um filme de estética surrealista sobre as fantasias do doutor Oscar Collins em relação à sua vizinha, Penny Lane (interpretada por Jane Birkin). Através de pequenos buracos na parede, o dr. Collins satisfaz seu voyerismo.

20 de set. de 2012

Atomic Rooster

As reviravoltas do galo atômico-progressivo

Trio inicialmente formado por Vincent Crane, Nick Graham e Carl Palmer. Vincent e Carl antes haviam feito parte do Crazy World of Arthur Brown.

Lançaram então um disco, Atomic Rooster, em 1970. Tocaram em shows com o Deep Purple em Londres, e pouco tempo depois Nick Graham e Carl Palmer tomaram rumos diferentes. 

Carl Palmer passou a ser integrante de outro trio: Emerson, Lake and Palmer.


Atomic Rooster - 1970

Restou como membro oficial apenas Vincent Crane, organista, que re-organizou o grupo em um novo line-up. Lançaram o segundo trabalho, Death Walks Behind You, ainda em 1970.


Death Walks Behind You - 1970 
(a capa é a reprodução da pintura Nabucodonosor, do inglês Wiliam Blake)


Em 1971, o trio vira um quarteto e partem para sua primeira turnê norte-americana. Novamente houveram trocas de integrantes, permanecendo apenas Vincent Crane como único mentor. Ainda neste ano lançaram o terceiro disco: In Hearing Of.


In Hearing of - 1971

Em 1972, com Chris Farlowe no vocal, lançam o quarto disco da carreira: Made in England. Seguiu-se uma turnê pela Europa e na sequência veio o quinto álbum Nice n' Greasy, em 1973.


Made in England - 1972

Em 1975 a banda se desintegra novamente e Vincent Crane resolve dar um tempo no Atomic Rooster. 

Novas reformulações ocorreram durante os anos 1980, até a morte trágica de Crane, em 1989, vítima de overdose de medicamentos, possivelmente um suicídio.





Fonte
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