3 de out. de 2018

Coven, ao vivo


Sábado, dia 29 de setembro de 2018, foi o dia do público brasileiro testemunhar a volta aos palcos de uma das mais enigmáticas bandas da história do rock, que permaneceu obscura por muito tempo, a Coven. Foram uma das atrações da 12º edição do festival Setembro Negro.

Jinx Dawson, vocalista e única integrante do grupo original, apresentou em um show de cerca de 60 minutos músicas do emblemático disco Witchcraft Destroys Minds and Reaps Souls (1969), além de canções de álbuns da década de 1970 e dos trabalhos mais recentes do Coven, lançados nos últimos anos.

Uma projeção de imagens da banda mescladas à trechos de filmes antigos acompanha a apresentação, que também contém um pouco de teatro. A abertura é com a missa negra, última faixa de Witchcraft Destroys Minds...., onde Jinx Dawson surge de dentro de um caixão vestindo uma máscara de brilhantes para em seguida cantar Out of Luck, do álbum Jinx (2013). Em outro momento segura uma lamparina e uma caveira, com a qual canta The Crematory. Tudo é planejado como um agradável ritual.

O público demonstrou bastante empolgação em diversas canções de Witchcraft Destroys Minds...., muita gente sabia as letras e alguns levaram até o disco. O mais engraçado é a sensação de testemunhar a enfim revelação de um álbum clássico do rock, que ficou escondido por muito tempo.


Uma coisa a se mencionar é o efeito que provoca a audição de Witchcraft Destroys Minds... em seu conjunto. Após acompanhar letra por letra, canção por canção, chega-se a um total de uma coletânea de histórias de terror musicadas, ao estilo Edgard Alan Poe. Cada faixa tem a estrutura de um conto e fica bem perceptível a influência literária. A canção White Witch of Rosehall, por exemplo, foi baseada em uma lenda popular afro-caribenha já dramatizada pela literatura e cinema.


A nova banda que acompanha Jinx Dawson, a New Blood Coven, é composta por guitarra, baixo, bateria, teclado e percussão. A apresentação contou ainda com a música Wicked Woman, uma das mais famosas e encerrou com Blood on The Snow, do álbum homônimo de 1974.


Setlist
Intro
Out of Luck
Black Sabbath
Coven in Charing Cross
White Witch of Rose Hall
Wicked Woman
The Crematory
Choke, Thirst, Die
Black Swan
Dignataries of Hell
For Unlawful Carnal Knowledge
Epitaph
Blood on the Snow


Fonte

6 de mar. de 2018

Kadavar


A segunda turnê sul-americana do trio alemão Kadavar, que surgiu em meio à nova onda de Heavy rock nos idos de 2010, passou por São Paulo no último 03 de março. 

O show aconteceu em um espaço chamado Fabrique, no bairro da Barra Funda. Confesso que não conhecia muita coisa dos 4 álbuns do grupo (fora Eps e singles), no entanto parecia importante vê-los ao vivo, já que se tornaram um nome popular nos últimos anos. Um nome popular dentro do meio underground que se tornou o rock, - underground ou peça cult, o fato é que o rock não é mais pautado por uma gigantesca indústria de massas, como foi no passado.

Um público não numeroso, porém empolgado e uma ótima banda foi o que se presenciou. Uma experiência boa conhecer o trabalho do grupo diretamente no modo ao vivo, superou as expectativas.

O repertório foi composto por faixas dos 4 discos lançados. Distorção e uma bateria marcante são a tônica das músicas, rodas de bate-cabeça foram frequentes, coisa que não devia ter nos shows do Black Sabbath em 1970, banda esta que é uma das grandes influências do Kadavar, - outros citados são Grand Funk e MC5. Porém, assim como os veteranos, eles demonstraram boa energia ao vivo.

Em alguns momentos, efeitos e pedais são intensamente explorados e com isso conseguem criar algo que me lembrou as bandas de krautrock. Pode ser que seja outra influência ou pode ser só viagem minha mesmo. 
Mas foi das boas.


Setlist

Skeleton Blues 
Doomsday Machine 
Pale Blue Eyes 
Into the Wormhole
Die Baby Die
Living in Your Head
The Old Man
Black Sun
Forgotten Past
Purple Sage
Thousand Miles Away From Home
All Our Thoughts 
Come Back

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