11 de mai. de 2011

H.P. Lovecraft

Exotismo e inspiração em 
contos de terror fantástico
H. P. Lovecraft  - 1967

Originários de Chigaco, EUA, fizeram enorme sucesso underground na cena hippie californiana. No início, o núcleo da banda era formado por dois músicos de estúdio, que tendo encontrado interesses mútuos, realizaram audiências para compor o resto da banda.


H. P. Lovecraft II - 1968

O nome também surgiu do interesse em comum dos dois músicos fundadores (George Edwards e Dave Michaels) e dos donos da gravadora a qual pertenciam (Dunwich records), no famoso escritor americano H. P. Lovecraft, que trabalhou a temática do horror fantástico em seus contos. 


Um dos clássicos de Lovecraft,
O Chamado de Cthulhu
Diga-se de passagem que Lovecraft tem uma influência vasta no rock, assim como o bruxo Aleister Crowley. Ambos serviram de inspiração para as contestações morais e religiosas da contracultura. Lovecraft tem uma legião de fãs dentro do Heavy Metal, o que faz da banda H. P. Lovecraft algo ainda mais único por ser uma das poucas psicodélicas com essa temática.




O primeiro disco da banda saiu em 1967, contendo mais covers do que música própria, o que não o desmerece em nada (é claro). O som obscuro e psicodélico da banda faz juz ao nome, e confere às versões um toque muito autoral. 


Conto publicado em 1919
A partir do lançamento do primeiro disco (que não entrou para as paradas), a banda começou a excursionar pela costa oeste norte-americana, ganhando notoriedade no circuito underground de São Francisco. 
A canção White Ship (composta pela banda, inspirada no conto homônimo de Lovecraft) alcançou grande fama por lá, tornando-se um single.



Nesse período (1967-1968),  a H. P. Lovecraft passou a excursionar também com grandes bandas da época, abrindo seus shows. Dentre estas bandas estavam Jefferson Airplane, Grateful Dead e The Who.


Outro clássico de Lovecraft,
Nas Montanhas da Loucura
O segundo disco veio em 1968, e chamou-se simplesmente H. P. Lovecraft II, contando com equilíbrio entre covers e músicas próprias. Desta vez o carro chefe foi a canção At the Mountais of Madness, outro conto de Lovecraft. O segundo disco é ainda mais aprofundado na psicodelia do que o primeiro, repleto de efeitos e passagens épicas.


Em 1969, a banda veio ao fim, com seus integrantes buscando projetos solos e paralelos, ou simplesmente retornando à Universidade. A H. P. Lovecraft tem ainda um terceiro disco, que é ao vivo, gravado no Fillmore Auditorium, casa de show muito importante para toda a cena de São Francisco.




Fontes
Este é um site de um colecionador de livros obscuros, contos de terror, bruxaria, ocultismo e afins. 

The Electric Prunes

Grupo que possui três álbuns pontuados por diferenças de estilo
Underground - 1967

Banda norte-americana, de Los Angeles, California. Em 1967 (o ano mais rico em psicodelia de toda a história do rock) assinaram com a RCA, gravadora de grande porte, para lançar seu primeiro disco, The Electric Prunes.


The Electric Prunes - 1967


Nesse disco está o maior sucesso da carreira dos Prunes, a música I Had too Much To Dream (Last Night), canção que é um dos maiores clássicos do rock de garagem, um dos rótulos que também cabe aos Prunes.




E, como uma das caraterísticas do garage rock é a simplicidade, não eram músicos de muita técnica, tocavam em sua própria garagem ou em bares de subúrbios e não compunham todo o seu material. 



Porém, ao conseguirem assinar com a RCA, seu primeiro disco emplacou o top 10 das paradas norte-americanas daquele ano. Um feito espetacular para uma banda de garagem.



Mas, há um detalhe que talvez explique o enorme sucesso alcançado pela banda: ao assinarem com a RCA, gravaram em seu primeiro disco o material totalmente composto por duas mulheres empregadas da gravadora: Anette Tucker e Nancie Mantz. Logo, a gravadora apostou na banda ideal para suas próprias músicas. E deu muito certo.

Outro fato notável, em relação ao primeiro disco, é o de duas mulheres serem empregadas de uma gravadora no cargo de hitmakers. Naquela época o rock era muito sexista (e hoje ainda é).





O segundo disco dos Prunes recebeu o título de Underground, e dessa vez era todo composto pelos próprios. Um trabalho excelente, mas o resultado foi que não alcançaram nenhuma posição das paradas, apesar de ser tão bom quanto o outro. Talvez, fosse essa sua intenção, e daí o título alusivo. 



O terceiro álbum do Electric Prunes, Mass in F Minor (1968), marca uma guinada no estilo da banda e também o seu fim. Em 1968 houve uma mudança de produtor, e os Prunes passaram a trabalhar com um homem ambicioso chamado David Axelrod


Mass in F minor - 1968

A ambição de Axelrod (não confundir com Axl Rose, haha!) era criar um mega álbum psicodélico e experimental (a exemplo de muitos projetos vanguardistas da época - ver Beatles, Pink Floyd, Frank zappa, Soft Machine, entre outros).


cena de Easy Rider - 1969
Axelrod escreveu o material e cuidava de todos os detalhes, sendo 
minucioso em seu trabalho. O resultado disso foi que os Eletric Prunes se mostraram incapazes de tocar o próprio disco, não tinham a técnica exigida por Axelrod, que contratou os melhores músicos de estúdio que pode encontrar, para desempenhar a tarefa. A única coisa que este disco tem da banda original são os vocais. É desse álbum a faixa Kyrie Eleison, que figura na trilha sonora do filme Easy Rider, marco da contra-cultura.

Fontes
Wikipédia (em inglês)

9 de mai. de 2011

Bubble Puppy

 Acid rock e Hard rock 
A Gathering of Promises -1969

Grupo formado em 1966, na cidade de San Antonio, no Texas. Seus integrantes buscavam originalidade no som psicodélico, procurando algo que soasse poderoso. 

Aí já tinhamos uma das primeiras demonstrações do que se convencionou chamar de Heavy psych, Hard rock, Acid rock e, também, Southern rock. Um tipo de som que mescla blues, peso, elementos de música country, velocidade e harmonias melódicas.



O que também contribuia para dar este diferencial era adicionar duas guitarras líderes, ao invés de uma líder e outra base. 

Bandas que também faziam experimentações com esse tipo de sonoridade eram a Blue Cheer (bem famosa, de São Francisco, cujos rótulos vão de Blues rock a Stoner rock, passando por Acid rock); Coven, a incrível Canned Heat (banda da California, muito famosa em sua época, show incrível no Woodstock), dentre outras.





Admirável mundo novo - 1932
O nome Bubble Puppy foi retirado da frase “Centrifugal Bumble-puppy”, um jogo fictício para crianças descrito no livro Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, outro escritor muito importante para entender a contracultura, autor do aclamado As Portas da Percepção

A primeira apresentação oficial da banda aconteceu durante a passagem do The Who por San Atonio, quando abriram o show do grupo inglês.




As portas da percepção - 1954
Em 1969, na mesma gravadora em que os 13th Floor Elevators, os Golden Dawn e os Red Krayola (todos da cena do Texas),  gravaram seu único disco intitulado A Gathering of Promises

Esse disco inclui um single que ficou bem popular e entrou para o top 20: Hot Smoke and Sassafras. Tinham mais músicas em mente para um novo disco, porém brigaram com a gravadora (International Artists, de Houston) e então enfrentaram a busca por um novo selo. Em 1970 assinaram com a ABC-Dunhill records. 

Em 1971 lançaram mais um disco sob o novo nome Demian, desta vez retirado de um livro de Herman Hesse, sugerido pelo ex-integrante do Steppenwolf, Nick St. Nocholas, cujo nome da banda também foi retirado da obra de Herman Hesse, o clássico Lobo da Estepe.


Demian - 1971


O Romance homônimo de Herman Hesse - 1919
O Demian também não durou muito, acabaram em 1972, porém, seus integrantes continuaram no mundo da música e desenvolvendo carreiras paralelas. Dentre elas, um se tornou profissional de ciências da computação, outro se tornou eletricista e um outro ainda noticiou que levava a vida como fazendeiro no Texas. 

Em 2001 saiu um CD intitulado Hot Smoke, contendo seu maior sucesso Hot Smoke and Sassafras e mais 11 músicas inéditas e incríveis, gravadas na época e que, provavelmente, deveriam ter formado o segundo disco sob o nome Bubble Puppy.

7 de mai. de 2011

Dantalian's Chariot

Miscelânea de sons, além de um incrível show de luzes. 
Chariot Rising (capa alternativa)


Grupo inglês de rock progressivo, o Dantalian’s Chariot era formado por quatro integrantes, entre eles o futuro guitarrista do The Police, Andy Summers, que na época ainda utilizava o sobrenome de batismo, Somers.


Chariot Rising (1967 - 1996)


Em 1967, George Bruno Zoot Money estava insatisfeito com a popularidade de sua banda de Rhythm and Blues, Jazz e Soul, chamada Big Roll Band.

Foi então que, ao conhecer os outros membros, formaram a Dantalian’s Chariot. O nome da banda veio de um famoso livro entitulado A chave menor do rei Salomão



A título de curiosidade, trata-se de um grimório publicado pela primeira vez no século XVII. Porém, seu conteúdo remonta a muitos séculos atrás, proveniente de diversas fontes e creditado ao rei bíblico Salomão, que teria apreendido 72 entidades denominadas “daemon”. 

O livro é sobre como Salomão teria realizado esse feito através da criação de chaves mágicas. As entidades são classificadas de acordo com títulos nobiliárquicos que não existiam na época em que teria vivido Salomão, daí a fonte de controvérsias sobre a real data e credibilidade do livro. O Duque Dantalion, daemon que dá nome à banda, é o septuagésimo primeiro, dentre os 72 espíritos listados.

capa de A chave de Salomão.

Durante o ano de 1967, os shows da banda foram considerados um dos melhores de Londres, devido aos Light Shows espetaculares

Cartaz de um show no clube londrino UFO

Light Show (shows de luzes), era algo muito comum nos anos 1960, e foi uma moda iniciada em São Francisco e Nova Iorque. Consistia em de projeções de formas coloridas e abstratas, luzes estroboscópicas, projeções de imagens diversas. Muito parecido com o que hoje é uma Rave. 

Todos de branco

Os Dantalian’s Chariot vestiam-se de branco em suas apresentações, e também pintavam os equipamentos e instrumentos de branco, com o objetivo de refletir melhor as luzes que eram projetadas. 

Não lançaram nenhum disco nos anos 1960, apenas singles. Na década de 1990 saiu Chariot Rising, uma reunião das músicas escritas em seu período de atividade. Os motivos para o álbum não ter sido lançado na época foram discordâncias entre músicos e a gravadora EMI. 


A banda durou cerca de 1 ano, entre 1967 e 1968. Nesse período foi lançado o compacto Madman Running Through the Fields / Sun Came Bursting Through my Cloud.


Depois do fim, seus integrantes foram tocar em vários outros grupos importantes: Eric Burdon & The Animals (que fez uma versão idêntica de Madman Running Through the Fields), The Soft Machine (concorrente do Pink Floyd e citados como grandes autores de light shows, igualmente), John Mayall & The Bluesbreakers, entre outros.

A sonoridade do único disco vai do rock de garagem ao progressivo e um vocal um tanto gutural para uma banda de rock psicodélico.  

Coffee song, single subestimado do Cream, foi regravada pelo Dantalian's Chariot ganhando uma cara mais folk. O belo resultado pode ser conferido em Chariot Rising.

Fonte

Golden Dawn

Vindos da terra dos cowboys, a Golden
Dawn é um produto híbrido de country,  psicodelia e até um punk rock precoce
Power Plant - 1968


Grupo do Texas, EUA, lugar que, junto com a California, foi um celeiro da psicodelia norte-americana. Podemos dizer que foi um celeiro lado B, pois todas são pouco conhecidas, com exceção da 13th Floor Elevators, uma das primeiras do gênero e cultuadíssima por lá.


Golden Dawn é uma espécie de clone dos 13th Floor Elevators, mas não exatamente uma cópia. Além dos integrantes de ambas serem amigos, as duas apareceram na mesma época, logo a semelhança é mais um indício da procura de um caminho a seguir. 

Lançaram apenas um disco, Power Plant, de 1968. 


O único disco da Golden Dawn deveria ter sido lançado no mesmo ano em que o primeiro da 13th Floor Elevators, que se chamou Psychedelic Sounds (1967). Mas por uma decisão da gravadora, Power Plant foi lançado depois, o que fez com que a Golden Dawn fosse considerada uma corruptela de seus conterrâneos. 

Power Plant é um disco excelente, com letras bem construídas, que variam entre temas clássicos do psicodelismo (a expansão da mente, religiosidade), desilusões amorosas, crises de identidade e conflitos psicológicos. 



Fontes

The Fairytale

Desconhecidos donos de quatro belas faixas, itens de coleções raras


Eram quatro rapazes ingleses de Warrington (não Liverpool, hehe!) que, cansados de terem inúmeros covers em seu repertório, resolveram tentar a sorte com seu próprio material musical.

Naquela época, e talvez hoje não seja diferente, o jeito que uma banda desconhecida tinha para conseguir trabalho era através de covers das músicas conhecidas. 

Então, aceleraram a marcha na correnteza e lançaram, em 1967, dois compactos pela Decca.


Tiveram grande apoio da gravadora, mas mesmo assim a banda não vingou e acabou no ano seguinte, por motivos obscuros do destino. 

A Decca, uma gravadora de grande porte que incrivelmente apoiou uma banda tão obscura, vivia sonhando em recuperar o prejuízo que tiveram quando rejeitaram lançar os Beatles. 


Os  dois compactos lançados, Guess I Was Dreaming / Run and Hide (1967) e Lovely People / Listen to Mary Cry (1967), são verdadeiras relíquias do pop psicodélico inglês, sendo tão aclamados pela gravadora que foram distribuídos no mundo todo, na época de seu lançamento.

Houve até um cover de Guess I was Dreamin', feito pela banda americana de garage rock The Kingsmen, provenientes do estado do Oregon.






Depois do fim da banda, dois de seus integrantes, John Weston e Malcolm Rabbitt, continuaram a escrever canções, que foram gravadas por outros grupos.

Nos anos 2000, esta mesma dupla resolveu reunir as quatro músicas dos compactos lançados mais as canções regravadas e algumas outras gravações perdidas, lançando o disco A Slice Of Psychedelia, o único com todas as canções da Fairytale reunidas.






Fontes
Wa2-music 

Small Faces




Esta banda britânica é a que mais fez sucesso, dentre todas as que possivelmente figurarão neste blog. O motivo de fazer parte da lista é justamente o fato de ser um “sucesso fracassado”, pelo menos fora da Inglaterra.


Small Faces - 1967

Fazendo um som no mesmo patamar dos grandes da época e circulando nos mesmos lugares, é incrível o fato de não terem brilhado tanto quanto e nunca terem conseguido entrar para as paradas com freqüência. 




Isso só prova o ditado de que nada no mundo é perfeito, porque Small Faces é uma das melhores bandas da história do rock, sem sombra de dúvidas.


Itchycoo Park - EP

Surgiram no início dos anos 1960 e figuraram no cenário Mod, ao lado do The Who. Estes sim, alcançaram enorme reconhecimento (merecido). O som dos Small Faces é uma mistura de soul, rock, blues, folk e (é claro) psicodelia.


Ogden's Nut Gone Flake - 1969


Em 1968 lançaram uma pérola do gênero chamada: Ogden’s Nut Gone Flake, cujo lado B é um conto psicodélico, narrado pelo humorista inglês Stanley Unwin. 




É desse disco seu maior sucesso comercial, a música Lazy Sunday, que foi lançada contra a vontade da banda. É um disco que também marca o auge da carreira dos Small Faces.




Depois de Ogden's nut, o vocalista Steve Marriott deixou a banda para formar outra, a Humble Pie, com Peter Frampton, na esperança de construir algo mais experimental.




Com a saída de Marriott entraram para o grupo Rod Stewart e Ron Wood. Mesmo assim os Small Faces não adquiriram o devido reconhecimento, porque logo viraram The Faces e os holofotes se voltaram para Rod Stewart e Ron Wood.



Aos poucos, os integrantes originais da Small Faces foram saindo e a banda The Faces quase não tinha mais nada a ver com a que lhe deu origem.



Fontes
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